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Em um dia de preparação para o VCT Masters, alguns jogadores concederam entrevistas para os veículos de imprensa. Pela LOUD, tivemos o capitão da equipe, Saadhak. O jogador conversou sobre expectativas, meta, composições, estadia e muito mais. Confira como foi logo abaixo:

“Sabemos que uma derrota eventual não é o fim do mundo, mas apenas um novo começo”

Saadhak, o capitão da LOUD, no VCT Américas
Saadhak, o capitão da LOUD, no VCT Américas – Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Um dos grandes pontos da LOUD são as suas novas composições. Durante o VCT Américas Kickoff, vimos a Verduxa escolhendo agentes peculiares, como o Phoenix. Além disso, vimos composições inovadoras, abusando das flashes. Isso acaba transformando o modo de se jogar os mapas, além de como jogar contra isso. No fim, não é apenas a LOUD que vem mudando, mas todas as outras equipes.

Isso se deu por conta dos nerfs recorrentes em agentes iniciadores. O Sova e Skye foram alvos dessas mudanças, enfraquecendo ambos e mudando a necessidade dos times em coletar informações. Com isso, estamos vendo duelistas que possuem ferramentas de flashes ganhando mais espaço, como o Phoenix e o Yoru. Saadhak comentou como ele vê tais mudanças no meta:

Eu acho que é uma coisa natural. Porque, querendo ou não, a Jett oferece dentro do jogo algo que é muito injusto, que é o ‘dash’. A Brisa de Impulso é uma habilidade muito forte, que te ajuda a sair de algumas situações muito difíceis. Contudo, você vê um personagem diferente, como o Phoenix, que não tem essa parte injusta. Por outro lado, tem uma Ultimate que é muito barata, tem duas flashes, que são duas melhores do jogo atualmente.

Então, eu acho que os outros times estão começando a optar por um agente, por um duelista que possa trazer mais habilidades utilitárias, que podem ser utilizadas no jogo, em um geral. Por conta disso, eu acho que essa aparição do Phoenix e do Yoru é algo bem natural. Ainda acho que isso deveria ter acontecido antes, mas reforço que é algo natural, principalmente com o andamento dos nerfs e no caminho que, aparentemente, a Riot Games está seguindo.”

Toda vez que vemos a LOUD indo para um campeonato, algo que chama muito a atenção é a tranquilidade dos jogadores. Sejam nos vídeos de bastidores, comunicação ou nas filmagens dos campeonatos, todos os cinco jogadores sempre estão sorrindo e brincando. Isso acaba transparecendo uma calma e segurança muito grande. Saadhak comentou um pouco sobre esse clima, principalmente se é algo trabalhado ou é natural da equipe:

“Com certeza isso é algo que foi construído no time, com uma técnica também, mas também é algo natural do time. Eu acho que, no mundo, você tem tanta pressão externa, tipo para performar, ganhar dinheiro, de matar muito no joguinho. E muitas vezes a gente quer isso, nós somos seres humanos. Nós começamos a jogar VALORANT porque é um jogo que a gente gosta. Essa é a realidade. Temos um sonho, mesmo com todo o amor ao jogo.

Então, eu acho que essa leveza que a gente tem e que passa, é muito mais pelo fato do nosso modo de pensar. Nós entramos no jogo falando: ‘Galera, vamos lá. Podemos não ser os melhores, mas vamos sempre continuar e sempre com um sorriso. Porque, o que a gente está fazendo vai ser muito doido’.

Quem sabe daqui a 10 ou 20 anos, quando estivermos com a nossa família, vamos lembrar do passado. Eu fui no VCT Master Madrid, desfrutamos de tudo, jogamos contra um time coreano, foi muito legal. Então, sabemos que uma derrota eventual não é o fim do mundo, mas apenas um novo começo.

Saadhak é o jogador com mais participações em campeonatos internacionais de VALORANT
Saadhak é o jogador com mais participações em campeonatos internacionais de VALORANT – Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Saadhak chegou a incrível marca de 9 campeonatos internacionais no VALORANT. Basicamente, todos os Masters e Champions, desde 2021. Isso é uma marca única, tornando um dos jogadores mais valiosos do mundo. Com isso, Saadhak acabou adquirindo muito conhecimento, que, por sua vez, acaba sendo passado para quem está do seu lado. Com isso em mente, o capitão da LOUD comentou o sentimento de estar em tamanha consistência:

“Sei lá, não tenho palavras para descrever, somente tenho muito a agradecer. Eu estou vivendo um sonho, em ter tanta chance de representar aqui fora, tanto o Brasil como o LATAM. De ter tantas chances de conseguir mais um título. E isso é uma coisa que me deixa muito feliz. Eu acho que tudo isso me ajuda a conseguir passar um pouco de calma para os meninos.

De chegar para eles e falar: ‘Olha, já passei por essa situação aqui, é só ficar tranquilo. Vamos fazer o show. Não vou prometer que vamos vencer e que tudo vai dar certo, mas vamos juntos nessa.’ Nosso foco é entregar o nosso máximo e eu acredito que tudo isso que passei ajudou a conseguir transmitir esse sentimento para os meninos.

Por mais que essa seja a estreia do qck em um campeonato internacional, pela LOUD, o jogador possui uma longa bagagem competitiva. Nos seus anos como jogador da FURIA, ele participou de alguns internacionais e teve a experiência de jogar fora do Brasil. Contudo, sempre é questionado a adaptação do jogador com a equipe e o Saadhak comentou como está sendo esse processo:

Desafios sempre vão existir. Contudo, o motivo de termos escolhido ele e não um jogador novo, é por conta de toda a experiência que ele tem. Ele já passou por muitas situações, onde ele acabou amadurecendo muito, como jogador. Então, sempre vai ter os desafios para enfrentar, mas eu acho que ele está lidando com isso muito bem. A mira dele tá bem dura, está se comunicando muito bem. A preparação está muito boa e estamos muito felizes em ter ele no time.”


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Saadhak representa mais que a LOUD no Masters, ele representa o Brasil e o LATAM
Saadhak representa mais que a LOUD no Masters, ele representa o Brasil e o LATAM – Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Ainda sobre o meta, o Less comentou recentemente em um vídeo produzido pelo VALORANT Esports Brasil, que a aparição de Phoenix e Yoru é uma consequência do meta. Além do enfraquecimento dos iniciadores, a Jett é uma agente que tem uma única função, jogar de Operador na defesa. Saadhak voltou a comentar sobre essas mudanças e o que aconteceu no jogo para acontecer isso:

“Eu acho que foram várias coisas. As mudanças que a Riot está fazendo nos agentes, com foco nos iniciadores, como a Skye, acabou machucando muito. A Skye era muito importante, por conta das informações que ela conseguia pegar. Na defesa, ela conseguia saber onde um ataque iria ser finalizado.

Então, agora que não temos mais essas informações, os times começaram a pensar em pegar agentes em que eles vão conseguir brigar um pouco mais. Isso pode se traduzir em escolher um Yoru que vai conseguir bangar mais na frente, redominar espaços, ser um agente mais agressivo, algo que a Jett não consegue tão bem.”

A LOUD está em Madrid, aguardando o início do VCT Masters. Por conta disso, os jogadores e a comissão técnica tiveram a oportunidade de conhecer e conversar com um parceiro da equipe, o Vinicius Jr. O astro do futebol levou a equipe para almoçar e aproveitaram para conversar um pouco. Saadhak comentou como foi a oportunidade:

“Foi algo muito legal. Tipo, foi algo inimaginável, eu nunca achei que iria um dia conversar com uma pessoa do tamanho dele, dentro do mundo dos esportes. Nós conversamos muito sobre os nossos treinos, nossa rotina, vendo tantas diferenças. Ele ficou espantado pelo fato da gente passar, às vezes, mais de 9 horas sentados, jogando.

O Vinicius Jr. é uma pessoa muito humilde, respondeu todas as nossas dúvidas. Aprendemos muito sobre anti táticos, que eu nem sabia que era feito no futebol. Isso vai agregar muito para o nosso time e para os nossos jogos. Foi mais que uma oportunidade, foi um evento único.

Por fim, para finalizar, a equipe da LOUD apresentou durante o Kickoff um banimento fixo em mapas, a Breeze. Em contrapartida, eles vão estrear contra a Gen. G, que é um time que possui uma tática diferente. Os banimentos deles são sempre focados nas equipes que eles vão enfrentar. Saadhak comentou como vai ser enfrentar um time desses e a preparação para isso:

É um desafio para gente, mas também não é algo totalmente assustador e novo, ao menos para mim. Já joguei contra times que jogaram todos os mapas, contra alguns que sempre baniam outros, equipes que focavam nos nossos mapas mais fortes. Eu tenho em mente que, quem acha que faz tudo bem, acaba não fazendo nada bem. Então, no fim, temos que ter confiança e fazer o nosso jogo bem feito.”