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Enquanto a indústria AAA vem enfrentando problemas com jogos cada vez maiores, o que resulta em gastos e tempo de desenvolvimento também maiores, a indústria indie vem sorrateiramente se destacando com alguns jogos excelentes que andam na contramão do mainstream.

Em especial, os RPGs indies, que cada vez mais apresentam um potencial enorme de resgatar a nostalgia dos tempos de outrora, com seus jogos fazendo uma ode aos RPGs dos anos 90 e 2000. Por isso, nesse artigo iremos falar como os RPGs indies se tornaram o lar para RPGs com estilo retrô!

Sea of Stars RPG retro
Divulgação: Sabotage Studio | Sea of Stars

RPGs Indies com inspiração retrô

Se por acaso você está cansado de RPGs que só prezam por fidelidade gráfica, cutscenes e combates batidos, deixando a inovação e criatividade de lado, não se preocupe, o cenário indie está lá para você.

RPGs indies parecem seguir uma fórmula básica: crie um jogo estilo pixel-art, pegue mecânicas do passado e adicione sua inovação e depois vá ao Kickstarter criar uma campanha de financiamento coletivo.

Essas etapas existem por um bom motivo. Atualmente, poucas editoras estão interessadas em injetar dinheiro em jogos que fogem do mainstream, da popularidade. E, por bem ou por mal, jogos retro, por turno, que remetem à época do SNES ou PlayStation 1, não são exatamente o tipo de risco que uma editora quer tomar.

No entanto, se a história nos provou algo, é que muitas vezes essas editoras estavam erradas e que o público quer o que o coração deseja.

O primeiro RPG da Sabotage Studios

Sea of Stars, embora seja produzido pelo estúdio indie Sabotage Studios, já teve um impulso de marketing maior por conta do seu irmão mais velho, o jogo de plataforma The Messenger.

Ainda, sim, o jogo foi ao Kickstarter para conseguir um financiamento coletivo e quebrou recordes. Seu lançamento também se mostrou um sucesso, estourando recordes de vendas e garantindo o prêmio de melhor indie no Game of the Year de 2023. Tudo isso com um jogo com estilo gráfico e gameplay oriundo de Super Mario RPG e Chrono Trigger.

O RPG criado por uma só pessoa

Por outro lado, tivemos Chained Echoes, lançado em 2022. Embora o RPG tenha sido relativamente esnobado pela mídia e pelas premiações, ele conquistou o coração de fãs, até ainda mais que Sea of Stars. O mais incrível de Chained Echoes é que ele foi efetivamente criado por um só desenvolvedor, o Matthias Linda

Porém, após atingir um limite da sua jornada solitária, Matthias recorreu ao Kickstarter para angariar fundos e contratar profissionais além da sua especialização, como compositores e artistas. Ainda assim, todo o roteiro, gameplay e game design foi criado pelo homem, que se inspirou em RPGs de SNES e PS1, como Xenogears, Terranigma, Secret of Mana, Breath of Fire, Final Fantasy VI e Suikoden II.

O surgimento de sucessores espirituais

E falando em Suikoden II, nem só de artistas solo ou desconhecidos vive o mundo do Kickstarter. Em 2020, surge Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes, um sucessor espiritual de Suikoden. O jogo tem o direito de se chamar assim porque foi criado e produzido pelo falecido Yoshitaka Murayama, o também idealizador da franquia Suikoden.

Provavelmente, a Konami, desenvolvedora e editora original de Suikoden, não estava interessada em produzir uma sequência, Yoshitaka o fez por conta e risco. Em 2024, Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes foi lançado.

Embora tenha tido uma receptividade mista, fãs nostálgicos das antigas apreciaram tudo que foi apresentado em Eiyuden Chronicle e como o jogo conseguiu carregar o legado de um dos melhores JRPGs do PlayStation 1, o Suikoden II.

Mais RPGs indies vindo aí!

A indústria de RPGs indies vem se fortalecendo nesses últimos anos e não mostra sinais de que vai desacelerar. Há inúmeros outros RPGs inspirados em clássicos com lançamentos previstos para o futuro.

ALZARA Radiant Echoes tem inspiração em Golden Sun e Final Fantasy. SacriFire tenta fazer um combate semelhante a Vagrant Story. Demonschool empresta a temática de adolescentes enfrentando entidades demoníacas. Enfim, são inúmeros exemplos.

Enquanto a indústria de games mainstream e AAA brigam entre si, tentando entender como produzir mais, em menos tempo, com saltos gráficos cada vez mais realistas, os indies continuam em seu cantinho aconchegante e recheados de criatividade, sempre tentando entregar aos jogadores aquilo que mais importa: diversão em videogame.


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