Com passagens em times como O PLANO, Imperial Esports e até a SK Gaming, Gustavo “SHOOWTiME” Gonçalves é um dos nomes que engrandece o cenário de Counter Strike brasileiro. Recentemente, após um tempo dentro do O PLANO, ele anunciou a sua nova equipe, um projeto a longo prazo, com a Bounty Hunters. Em uma exclusiva, conversamos com o jogador, entendendo mais sobre a sua troca de equipe, passagens e expectativas com o CS2.
“Esse projeto é focado longo prazo, com uma galera nova, uma molecada boa”
Você está no cenário de CS há muito tempo, passando por diversas equipes diferentes. Com isso, você acabou conseguindo uma experiência absurda. O que você acha que mais vai agregar para o time?
“Eu acho que a questão da minha experiência que mais vai agregar para os meninos. É mais maa questão de coisas que acontecem dentro dos jogos. É a questão da preparação, por assim dizer. Do pouco que jogamos, deu para perceber que todos os meninos têm uma sinergia muito boa. Isso é algo que eu priorizo bastante nos times em que eu jogo.
Então, acredito que esse tipo de coisa não vou precisar focar muito, porque já vi que essa sinergia funcionando e posso afirmar que é muito boa. Por isso, acredito que é mais uma questão de estar lidando no dia a dia. Treinar o foco na hora dos campeonatos, dar a devida importância aos jogos.
E não que eles não façam isso, mas isso é bom ser aperfeiçoado, dando mais estrutura ao time. Além disso, é uma visão minha, das minhas experiências, que acaba sendo um diferente da deles. Isso sem falar que a gente vai se conhecer agora. Como eu joguei um pouco tempo com eles aqui agora, a gente vai se conhecer de verdade agora.
Por isso que eu digo nesse sentido, de estar agregando as experiências que eu já tive, com outros times, e trazer isso para o time. Eu acredito que vai ser algo bem legal e eu acho que vai até dar alavancar ainda mais a vontade que eles já possuem de se tornar grandes profissionais.”
Sabemos que chegar em uma equipe nova sempre tem uma série coisas envolvidas. É necessário um tempo de adaptação, alinhar as expectativas e a busca pelo resultado constante. Tendo isso em vista, o que você acredita que vão ser os maiores desafios nessa nova jornada?
“Eu acho que o maior desafio vai ser estar entrando em um time que eu não conheço ninguém, no dia a dia. Nos outros times em que passei, sempre acabava conhecendo alguém ali. Aqui, eu nunca joguei com nenhum deles, estou praticamente conhecendo todos eles. Já jogamos alguns treinos antigamente, quando eu estava em outros times, mas de uma forma mais próxima está sendo a primeira vez.
Essa está sendo uma experiência diferente. Estamos trocando uma ideia pela primeira vez por agora e eu acho que esse está sendo o maior desafio. Eu tô conhecendo o estilo de jogo deles agora, então eu acho que o maior desafio é basicamente isso. Basicamente está sendo eu sair da minha zona de conforto completamente.”
Quando um jogador chega em um time novo, sempre surge aquela questão, qual vai ser a sua função dentro do jogo? Vai seguir atuando como um entry e IGL ou vai buscar algo novo?
“Eu já vinha atuando como um capitão, no final da line do O Plano. Isso é algo que eu sempre almejei, dentro do cenário competitivo de CS. Agora, eu estou podendo liderar e comandar um projeto novo, deixando ele bem a minha cara. Isso acaba sendo um upgrade nos meus objetivos.”

Uma pergunta um pouco mais sobre o CS e menos sobre o time. Muitas pessoas andam comentando das mudanças que estão acontecendo no jogo. Recentemente, ouvi falar que alteraram o placar, diminuindo a quantidade de rounds necessários para ganhar. Contudo, não foi alterado a economia do jogo, fazendo com que ficasse complicado fazer alguns cenários de comeback. O quanto isso é verdade? E se sim, como isso impacta uma partida oficial?
“Eu acredito que mudança da quantidade de rounds foi uma excelente decisão, eu enxerguei isso com bons olhos. Porém, não ter mudado a economia, não ter mexido em nada, foi algo que eu não gostei. Eu acho que pelo fato de ter mudado, diminuiu significadamente a quantidade de rounds e esse negócio da economia está trazendo bastante impacto no jogo.
Até porque, isso acaba criando um efeito de snowball muito grande. Você tem que, cada vez mais, errar menos. Se você perdeu um pistol, por exemplo, hoje em dia vão ser raras as equipes que vão forçar armamentos melhores. Cada round conta muito. Então, eu acho que esse fator da economia de fato tinha que mudar.
Eu assino embaixo na sua pergunta. Essas situações de comeback ficaram muito dificeis. A adaptação entre rounds é sufocante, porque você perde e não consegue ter equipamentos melhores. Não é dizendo que diminuir os rounds foi uma tomada de decisão ruim, muito pelo contrário. É melhor para gente, que tá jogando. Acredito que eles vão mudar isso em breve, pois são diversas pessoas reclamando e isso não é saudável para o jogo e para o competitivo.“
Com o surgimento do CS2 estamos vendo muitos jogadores reacendendo as chamas do FPS. Muitos que haviam parado ou migraram, estão voltando. Isso acaba mostrando que o cenário está mais vivo que nunca. Como você enxerga esse cenário? Acredita que o ano de 2024 vai ser o ano do CS?
“Eu acho que o CS2 já veio muito melhor do que quando o CS GO lançou. É óbvio que tem muita coisa para ser consertada ainda. Isso é bem normal de um jogo novo, ainda mais comparando os inícios do CS2 com o CS GO. Eu, particularmente, estou gostando do jogo. Acho que o jogo tá legal. Tem muita coisa para ser consertado, mas eu acho que, com o tempo, as coisas vão se alinhando.
O jogo tem tudo para ser tão bom ou até melhor do que o CS GO. Eu acredito que vai ser até melhor para o cenário competitivo. Pelo que estou lembrando, acho que nunca teve um competitivo igual está agora. Tudo está muito nivelado. Nós podemos ver que no cenário nacional e até mesmo no internacional, em cada campeonato, diferentes times estão ganhando.
Acho que, com o lançamento do jogo, podemos ver que tudo nivelou bastante e a tendência é que se mantenha assim por um bom tempo. Eu não acho que vai ser tão cedo que a gente vai ver algum time dominando o cenário, tanto nacional quanto internacional. Porque, de fato, as equipes estão hoje em dia trabalhando bastante. Tem muito jogador bom por aí e isso é muito bom para quem compete, que deixa o jogo acaba deixando mais gostoso e mais competitivo.”
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Sobre o cenário competitivo. Sabemos que as equipes brasileiras estão lutando para ganhar mais notoriedade no internacional. Algumas equipes estão no caminho, mas sabemos que não é um trabalho fácil. Como você vê essa situação? É um desafio complicado ou estamos em um caminho melhor agora?
“Acredito que a gente tem boas equipes, que possam chegar no topo. Não sei dizer se já temos algumas equipes brigando por algum campeonato lá fora, ao nível mundial. Contudo, acho que temos um trabalho para fazer. Querendo ou não, o polo do CS é na Europa. O europeu sempre foi muito bom dentro do CS.
É da cultura dele serem bons do CS, mas eu acho que isso pode mudar. É algo difícil? Sim, porém estamos crescendo com o tempo. Nós temos que sair da zona de conforto, mas isso é comum. Os times brasileiros precisam disso, para conseguir estar nivelados com esses times lá de fora.
Precisamos sempre viajar para lá, fazer bootcamps, treinando com os times de lá. Ou seja, a galera lá de fora está jogando cada um na sua casa, com a sua família. Isso com certeza facilita para eles. Infelizmente, para nós, brasileiros, é mais difícil, porém eu acho que para os times terem esse nível, de continuar brigando lá fora por títulos importantes, tem que estar na Europa.
Nós temos que estar lá, porque o polo mundial do CS é lá. Assim como acontece em outros jogos, como no League of Legends, que tem um polo lá na Coreia do Sul. É algo que fala mais sobre a cultura da região. Esses locais investem, desde cedo, na cultura do Esports, incentivando times e investindo no crescimento.“
Para finalizar, quais são os seus próximos passos com a equipe? Quais são os seus objetivos, o que busca conquistar a curto e longo prazo? Existe algum motivo, que você pode falar, que motivou a sua vinda para a equipe?
“Eu acho que um fator muito importante foi o projeto da organização. É um projeto a longo prazo, que é uma coisa muito necessária hoje em dia. Uma das coisas mais comuns, que vemos nos times, é uma rotação de jogadores muito grande. Eu até entendo, por conta da pressão em cima de resultados.
Agora, esse projeto é focado longo prazo, com uma galera nova, uma molecada boa. Eu vejo que eles possuem um potencial muito grande e isso é muito importante. Inclusive, esse foi os principais motivos de eu estar aqui. Nosso grande objetivo é com que a gente consiga se firmar no cenário nacional.
Nós vamos estar brigando contra as grandes equipes e disputando os principais torneios. Além disso, tem o meu grande objetivo sempre foi e continua sendo jogar um Major. Esse é o meu maior objetivo de carreira. Eu já tive diversos conquistas, mas essa ainda não. Ainda quero ter o meu próprio sticker.
Acredito que, com a gente trabalhando firme, uma hora a nós vamos conseguir chegar lá. Esse projeto, que vai ser a longo prazo, vai servir com que conseguimos construir nosso caminho, tijolo a tijolo. Temos tudo para conseguir conquistar grandes coisas e estou ansioso para ver o que vamos fazer nesse ano de 2024.“