Conforme a Designer-chefe de Hogwarts Legacy, Kelly Murphy, a forma final de um RPG é “permitir ao jogador ser malvado”.
Reprodução: Warner Bros
Como os Potterheads sabem, Gellert Grindelwald foi um dos bruxos mais assustadores e cruéis de todos os tempos, sendo expulso de Durmstrang, uma das três grandes escolas de magia na Europa, situada em algum lugar da Suécia ou Noruega, com somente 16 anos por pôr em risco a vida de outros alunos. Segundo os desenvolvedores de Hogwarts Legacy, talvez você possa se safar desse destino sem muitos problemas no jogo que será lançado em poucos dias .
Alguns youtubers tiveram a oportunidade de jogar Hogwarts Legacy pessoalmente ontem e nós, finalmente, tivemos a oportunidade de ver um pouquinho mais de gameplay e explorar o mundo do jogo. Por mais que o mapa não estivesse totalmente aberto, e eles só puderam jogar uma pequena demo preparada para o preview, nós pudemos ver toda a tela de customização de personagem, a qual é ao mesmo tempo simples, mas cheia de pequenas customizações, e ter um vislumbre de como serão as missões no jogo e como elas serão jogadas. E é precisamente aí onde tudo fica muito interessante já que Crucio, por exemplo, uma das três Maldições Imperdoáveis, era um dos feitiços disponíveis no arsenal de magias.
Como Kelly Murphy, designer-chefe do jogo, disse em uma entrevista a GamesRadar, “é importante que demos aos jogadores que buscam ser um bruxo ou bruxa das trevas a oportunidade de fazê-lo, (…) Adicionalmente, isso é importante porque vem de uma perspectiva de não-julgamento por parte dos criadores do jogo. Se você quer ser malvado, seja malvado.”
Conste que, segundo os livros e os filmes da saga, durante a estadia de Harry Potter em Hogwarts, o uso de qualquer uma das três Maldições Imperdoáveis, (Crucio, que levaria a pessoa exposta a uma dor incontrolável, equivalente à tortura, Avada Kedavra, que causaria uma morte instantânea e indolor, e Imperio, que faria com que o alvo vire um servo obediente do bruxo que a lançou) seria passível de uma sentença de cadeia perpétua em Azkaban, sem possibilidade de apelo, a menos que o bruxo em questão estivesse sob influência de Imperio.
Mas calma lá, criatura perversa, segundo a diretora narrativa, Moira Squier, “as Maldições Imperdoáveis, não são aprendidas na escola, e o jogador pode, muito especificamente, escolher se ele quer ou não as aprender. E mesmo que o jogador as aprenda, eles podem, simplesmente, não as usar, (…) e o mundo reage ao seu uso.” Também, Murphy adicionou que ter um sistema de moral, assim como temos em Red Dead Redemption 2, seria “muito crítico por parte dos desenvolvedores do jogo”, mas que o uso contínuo dessas maldições, ou ações “malvadas”, em geral, levariam a que o mundo “refletisse conhecimento sobre eles”.
É possível que os desenvolvedores encontrem alguma desculpa narrativa para o uso irrestrito dessas magias, já que o jogo se passaria quase 100 anos antes da saga que conhecemos, mesmo assim, aparte de todo a controversa que J. K. Rowling já traz à mesa, o fato de alunos usarem esse tipo de feitiços gerou, no mínimo, estranheza por parte dos fãs da série que, com razão, ficaram sem entender o motivo pela qual essa seria uma opção para uma missão “normal” no jogo.
Hogwarts Legacy será lançado para todas as plataformas no dia 10 de fevereiro de 2023, pouco mais de duas semanas no momento da escritura deste texto, e em breve teremos a experiência por nós mesmos de como é ser um bruxo em Hogwarts. E, aparentemente, torturar os coleguinhas é um caminho a se seguir, se assim o jogador desejar.