A LOUD teve uma estreia um pouco complicada no MSI, contra a europeia G2 Esports. Ela teve um bom primeiro mapa, conseguindo impor o seu ritmo, mas acabou ficando apagada no segundo mapa. Ceos, suporte da equipe, foi para a coletiva de imprensa, conversar sobre a série e outros detalhes que cerca a representante brasileira no campeonato.
“No primeiro jogo, a gente tinha a partida em nossas mãos e era só não afobar”

Uma das características bem marcantes da torcida brasileira é ser bem barulhenta. Durante os campeonatos que acontecem na nossa região, muitos comentam sobre a torcida e o barulho que fazem. Agora, estando em outro país, a torcida muda drasticamente e Ceos comentou como foi jogar na Inglaterra:
De fato a torcida brasileira faz muito barulho. No CBLOL, tem jogos, que nem é possível escutar direito. Hoje, aqui na Inglaterra, teve um pouco de barulho, principalmente porque eles estavam torcendo para o time deles. A energia que eles passaram foi muito boa e até chegou a lembrar do nosso campeonato. Foi bem gostoso jogar com uma torcida fazendo barulho, mesmo sendo contra a gente. Acaba dando uma emoção a mais para a série.
Durante a série contra a G2, vimos a equipe europeia fazendo algumas inovações durante a escolha dos campeões. Tivemos, por duas vezes, um Nautilus na rota do meio, além da Nidalee e Darius. Porém, por parte da LOUD, não vimos nada novo. Inclusive, os campeões escolhidos foram os mesmos que vimos no CBLOL. Ceos comentou um pouco dos motivos da não inovação e se eles possuem algumas cartas na manga:
Ainda não mostramos tudo que temos que oferecer. No CBLOL não foi preciso mostrar muita coisa e seguimos no nosso padrão de jogo. Estávamos confortáveis e conseguimos aplicar o nosso jogo. Aqui, no MSI, estamos treinando bastante com alguns campeões e podemos mostrar eles em breve, só precisamos do jogo correto e adequado.
O MSI, além de ser um grande evento, é uma chance dos jogadores irem para outro país. O escolhido da vez foi Londres, capital da Inglaterra. Mesmo com pouco tempo, alguns jogadores tentam fazer algum passeio, para poder conhecer a nova cultura. Ceos comentou, brevemente, sobre o que ele está achando da cidade:
Eu não tive muito tempo para poder conhecer Londres, mas o pouco que eu vi, eu posso afirmar – Londres é uma cidade muito bonita. É muito diferente estar aqui, é outra realidade, cultura e clima. Estou extremamente feliz em ter essa oportunidade e poder aproveitar isso. Claro sem contar em estar jogando o MSI, que, para mim, é o principal da nossa vinda.

A chave da LOUD foi uma das mais comentadas. Com G2 Esports, PSG Talon e Detonation FocusMe, muitos comentaram que poderia haver chances de um avanço, porém são times fortes. Ceos comentou sobre o que ele acha dos seus adversários e as expectativas para os futuros confrontos:
Eu me surpreendi bastante com a PSG Talon. O PCS (Pacific Championship Series ou a liga da região do Pacifico) não é uma das ligas que eu mais acompanho, então eu não sabia o que esperar deles. Acabou que o jogo deles contra a DFM, que é um time muito forte, mostrou muita informação e como eles são inteligentes dentro de jogo. São times bem fortes e sei que vai ser complicado jogar contra eles. Já estamos nos preparando para a nossa próxima série e acredito que vai ser um jogo bem empolgante de assistir.
Uma das questões levantadas foi o que aconteceu no primeiro mapa. A equipe brasileira teve o controle do mapa por muito tempo, conseguindo surpreender em várias tomadas de decisões. Contudo, após uma jogada, tudo pareceu desandar e a adversária, G2, conseguiu virar a partida e saiu com a vitória. Ceos comentou sobre:
No primeiro jogo, a gente tinha a partida em nossas mãos e era só não afobar. Porém, naquele momento do inibidor do bot, acabamos agindo errados e deixamos o jogo escapar. Andamos muito para frente, demos os resets para a Jinx e ela conseguiu ir matando cada um de nós. Com isso, a campeã, que não estava muito bem na série, conseguiu voltar, além do fato dela ser um hyper carry.
A equipe da G2 possui uma força muito grande nos minutos iniciais do jogo, o early game. Além disso, eles possuem uma flexibilidade muito grande, podendo fazer trocas nada usuais de campeões, deixando tudo bem incerto. A questão foi, como jogar contra isso? Como se preparar? Ceos respondeu:
A gente sabe que a G2 tem um início de jogo muito forte e explosivo. Isso sem contar a flexibilidade nas escolhas dos campeões. Nunca podemos julgar que aquela escolha vai para determinada rota, sem antes ver o restante do draft. Contudo, na nossa partida, a gente já estava esperando alguns daqueles campeões.
O mais difícil, na minha opinião, foi lidar com o early game deles. Vocês podem observar que eu sempre tive que ficar saindo da minha lane, indo fazer uma cobertura no mid, top ou na selva. A todo minuto a gente tinha que ficar atento a alguma jogada e buscar formas de responder. No Brasil acaba que a gente nunca teve uma experiência de jogar contra um time assim. Então precisamos nos preparar e acabou que eles conseguiram impor o ritmo deles e garantiram aquele segundo jogo.

No início do ano de 2023, tivemos o anúncio das mudanças no MSI. Com um novo formato, muitas pessoas ficaram empolgadas com a chance de uma região minor conseguir um certo destaque. Os brasileiros, da mesma forma, começaram a ver uma chance de um time regional chegar na fase principal.
Particularmente, eu gostei desse novo formato. Não são mais partidas MD1 e sim MD3, dando mais chances de conseguirmos voltar em um jogo, adaptar. Para a LOUD, eu sinto que ficamos mais confortáveis. Não precisamos nos afobar em um jogo, tendo que jogar de forma estranha.
A G2 é um time forte, sem sombra de dúvidas. Adaptar ao jogo deles é necessário um trabalho muito grande. A LOUD, em certas partes, parecia ter conseguido ler o jogo deles, fazendo um estudo bom, como o Ceos mesmo havia falado anteriormente. Contudo, uma das questões levantadas foi onde que foi a maior dificuldade de enfrentar a G2.
Como eu falei antes, a maior força deles é o early game. Senti que no primeiro jogo, conseguimos ter uma boa leitura e um plano de jogo bem estruturado. Perdemos em uma tomada de decisão nossa, mostrando que, ao menos, o nosso estudo foi correto. Eles são bem agressivos, rotacionando bastante, buscando garantir força em alguma lane.
Estar na chave inferior deixa qualquer equipe em uma situação complicada. Além de estar a um jogo da eliminação, as equipes presentes deixam tudo mais difícil. A jornada acaba sendo mais longa e árdua, tendo que enfrentar times fortes. Inclusive, o próximo adversário da LOUD é a DFM, uma equipe japonesa conhecida no cenário internacional. Ceos falou sobre as suas impressões de estar na chave inferior:
De fato está mais difícil, porque vamos ter que jogar mais partidas e não podemos errar. Serão mais duas melhores de três e uma melhor de cinco, no jogo de classificação. Porém, por mim, eu não sinto que mudou muita coisa. Precisamos fazer o nosso trabalho ainda, ganhar dos times e fazer o nosso jogo.
A G2 era um dos times mais fortes da nossa chave, sem sombra de dúvidas. Então, eu não acho que vai ficar mais difícil do que isso. No quesito confiança, principalmente depois de ter perdido a partida, nós não deixamos esse jogo nos abalar. Fizemos alguns erros, mas continuamos seguindo em frente e isso não vai nos abalar.

O primeiro mapa foi algo bem interessante de assistir, como foi falado anteriormente. Os planos de jogo da LOUD foram bem executados, mesmo com alguns erros e a derrota. Contudo, o segundo jogo foi algo bem diferente. A G2 Esports ditou as regras, do início ao fim, acabando com qualquer sonho brasileiro. Ceos respondeu o que foi que aconteceu, para que a LOUD desse esse apagão:
Sinto que o nosso plano de jogo nos primeiros níveis não foi bem executado. Acabamos sendo pegos de surpresa com tamanha pressão que eles tinham nas rotas. Eles conseguiram abater o Croc cedo, fizeram dives nas rotas laterais.
Realmente foi bem difícil conseguir ler o que estava sendo feito, analisar como corrigir e responder a altura. E por fim, acho que as nossas escolhas de campeões não favoreceram. Senti que precisaríamos de escolhas mais fortes para o começo do jogo e eles tinham campeões melhores, para executar tal pressão.
Por fim, existem muitas expectativas da partida da LOUD contra a Detonation FocusMe. As equipes se enfrentaram durante o Worlds 2022, onde a LOUD conseguiu vencer o primeiro confronto, em uma MD1. Porém, na MD5, foram derrotados, por 3-1. Ceos comentou sobre as expectativas para a revanche contra os japoneses:
O nosso principal foco contra a DFM é o early game. Diferente da G2, eles não possuem uma estratégia inicial explosiva ou agressiva. Eu sinto que as nossas estratégias na fase inicial do jogo são bem fortes e conseguimos aplicar as nossas vantagens para o mapa. Gostamos de garantir objetivos cedo e acho que isso pode ser crucial nessa série. Acredito que, se conseguirmos ter um impacto grande nos primeiros minutos de jogo, vamos conseguir deixar a série bem encaminhada e sair com a vitória.