Após perderem para a G2 Gozen, nas finais da Chave Superior, a Team Liquid participou de uma coletiva de imprensa, com jornalistas de todo o mundo. As jogadoras responderam sobre como está sendo o dia a dia em Berlim, impactos do jogo, expectativas e sobre o power ranking feito, onde as brasileiras foram colocadas em 6º lugar.
Coletiva de imprensa com a Team Liquid
Como está sendo a sua experiência em Berlim, até o momento?
nat1 – A nossa experiência aqui está sendo incrível. Nós trabalhamos, literalmente, o ano inteiro para conseguir chegar até aqui e não foi fácil conquistar essa vaga. Então, estamos aproveitando o máximo que dá, no sentido de se divertir jogando, aproveitar o espaço.
Não tem sentido estar aqui para ganhar, mas não estar feliz ao entrar no palco ou no jogo. Estamos com o sentimento de aproveitar o máximo que der, porque o ano ainda não acabou, ainda tem muita coisa para acontecer no VCT Game Changers Championship. Então, a experiência tem sido a melhor possível e estamos dando o nosso melhor, a cada dia, para conquistar o nosso espaço e o título, com toda certeza. Por isso que eu afirmo que a experiência está sendo incrível, é a primeira LAN internacional.
E em relação aos jogos na América Latina e no Internacional, quais são as principais diferenças?
nat1 – Em termos de competição, nós jogamos o ano inteiro no Brasil, então a gente conhecia todos os estilos de jogos. Com isso, a nossa staff já sabia como teria que ser a preparação, o que observar nas disputas e montar as estratégias para aquela partida. Agora, aqui, no internacional, nós tivemos um primeiro jogo contra a FENNEL, que possui um estilo de jogar bem diferente do que estávamos acostumadas no Brasil.
Por isso eu posso afirmar que, a maior diferença está sendo dentro do servidor mesmo. São metas diferentes, outros estilos de jogos, tomadas de decisões diferentes. Estamos aprendendo a adaptar mais rápido, a agir com velocidade por conta desses estilos de jogos diferentes.
Ao chegar no Brasil, você acha que essa experiência adquirida vai mudar o estilo de vocês (Team Liquid)?
nat1 – Voltar com mais experiência vai ser algo que vamos ter, sem dúvidas. Estamos há muito tempo fora, desde o nosso bootcamp até hoje. É insano o tanto que aprendemos e acumulamos conhecimento.
Como comparação, na minha opinião, essas três semanas que estamos aqui (na Europa), aprendemos mais do que no ano inteiro dentro do Brasil. Foi um passo muito grande para o nosso time e, com toda certeza, vamos voltar bem mais fortes.
O brasileiro está muito acostumado a ver que, quando a Team Liquid, está perdendo, mesmo dentro de um mapa, que “elas vão se adaptar e virar esse jogo”. Agora, vocês perderam a série contra a G2 Gozen e vão disputar pela Lower Bracket. Eu gostaria de saber o quanto o torcedor pode esperar de adaptação e transformação da equipe, para os próximos confrontos?
daiki – Podem esperar que vamos mudar muita coisa. Nós vamos vir muito mais fortes para o nosso próximo confronto. Eu acho que essa partida contra a G2 Gozen foi realmente definida nos detalhes, então não tenho muito o que falar. Elas foram melhores, mas vamos vir muito mais fortes. Estamos acostumadas a jogar sob pressão e sabemos o quanto isso nos motiva a continuar crescendo e adaptando.
Sobre os estilos de jogos diferentes, até relembrando o que a nat1 falou mais cedo, sobre a FENNEL, vocês sentiram que o modo de jogar da G2 Gozen foi o diferencial ou já esperavam que elas iriam jogar desse modo?
bstrdd – Nós já tínhamos treinado contra elas, então conhecemos o estilo de jogo delas e vice versa. Então eu acho que, para nós, não foi uma surpresa, pois elas mantiveram o mesmo estilo.
No primeiro mapa jogado, a Ascent, vocês conseguiram conquistar o match point, e na Breeze não chegaram ao ponto decisivo, mas seguraram muito bem. Realmente foi um jogo muito difícil. Na opinião de vocês, o que faltou para conseguirem sair com uma vitória, mesmo em apenas um mapa, nessa partida contra a G2 Gozen?
daiki – Esse jogo foi realmente bem complicado, muitas coisas foram definidas no detalhe. Tem vários fatores que se eu tivesse feito algo diferente, poderia ter alterado o resultado. Isso só mostra que, a gente pode conseguir ganhar delas, não é algo impossível.
Está sendo difícil, porque perder assim é bem chato. Aposto que ninguém aqui vai conseguir dormir direito hoje. Contudo, foi tudo nos detalhes, não vou saber dizer direito no que erramos, mas foi como tinha que ser. Erramos em algumas coisas, acertamos em várias outras. Então temos que focar no que temos que melhorar para as próximas partidas.
Desde o início do campeonato, bstrdd, você tem conseguido se destacar muito positivamente. No Brasil, conseguimos notar que você está mais confortável dentro de jogo, porém, eu queria saber de você. Realmente, você está se sentindo mais tranquila nas partidas? E como são as conversas dentro do jogo, quando precisa que você apareça mais, conquistando mais abates no mapa?
bstrdd – Eu, pessoalmente, estou jogando com bastante confiança, sem muita pressão. Porque, eu consegui chegar aqui, no mundial. Estou cumprindo um sonho. Não preciso me sentir pressionada, pois já consegui conquistar o meu maior objetivo. E isso acaba me deixando um pouco mais confiante, nesse sentido.
Sobre a presença da psicóloga, como está sendo a importância dela estar aí, no VCT Game Changers Championship? Ela está participando ativamente dentro da rotina da equipe? Quais são os impactos, notados por vocês, da presença dela com a equipe?
naxy – A Nat (a psicóloga) está presente com a gente, desde o início do time. Aqui, no campeonato, ela está com nós, do inicio ao fim. Ela está todos os dias ao nosso lado, conversando, nos ajudando, 24h por dia. Não importa o horário, se eu precisar conversar sobre algo, ela vai estar disponível. Nós temos uma liberdade muito grande com ela, só de mandar uma mensagem, de algo que está passando em nossas cabeças, a Nat vai estar do nosso lado.
Então, o trabalho dela, não só coletivamente, para o time, está sendo importante, mas individualmente também. Estamos trabalhando juntas, todos os dias, para que possamos estar preparadas para qualquer tipo de adversidade. O seu trabalho é algo maravilhoso e fundamental para que o time esteja sempre confiante e entender que erros acontecem. Temos apenas que melhorar e dar a volta por cima.
Sobre os rankings que fizeram sobre as equipes do VCT Game Changers, algumas listas colocaram a Team Liquid como a 6ª melhor equipe do campeonato, que tem apenas 8 vagas. Isso acaba colocando a equipe de vocês como os underdogs. Vocês acreditam que, ao estarem nesse tipo de situação, deixaram vocês mais tranquilas? Pelo fato de jogar sem pressão ou cumprir altas expectativas.
nat1 – Assim, com todo o respeito, mas nós não estamos nem aí para rankings. Nós queremos apenas focar no nosso trabalho e evoluir a cada dia. Esse power ranking aí só diz que as pessoas precisam assistir mais os jogos femininos. Não adianta vir uma pessoa, seja jornalista ou jogador, sem ter visto antes as partidas e compreender ao certo o estilo de jogo, ele não ter propriedade para opinar sobre qualquer ranking.
Por isso a gente não se importa muito. O campeonato é muito rápido, o tempo é extremamente corrido, por isso nós não vamos perder o nosso tempo com coisas fúteis desse estilo.
Sobre o fato de sermos underdogs, meio que a gente já sabia que seríamos consideradas. Na visão das outras pessoas, podemos ser mais fracas, mas na nossa visão, temos total chance de conseguir o título. Então vamos entregar o nosso máximo e provar que essas opiniões estão erradas.
Acompanhe o VCT Game Changers Championship
Você pode acompanhar o VCT Game Changers Championship nos canais oficiais do Valorant Esports Brasil, no Youtube e Twitch. Além disso, existem várias Watch Parties com influenciadores e jogadores de Valorant. Confira abaixo e veja se o seu influenciador favorito está transmitindo os jogos:
