
O Champions, para os torcedores brasileiros, acabou de se encerrar. Depois de uma campanha árdua e com muitas incógnitas, a LOUD teve a sua derrota definitiva, para a Evil Geniuses, na final da chave inferior. A série terminou em 3-2, com direito a um quase reverse sweep. Confira como foi a série, que deixou os brasileirinhos em uma montanha-russa de emoções.
LOUD x Evil Geniuses – O Brasil é o Top 3 do mundo
O confronto entre times da mesma região e valendo vaga para a Grande Final do Champions 2023. A partida entre a LOUD e a Evil Geniuses tinha muita coisa envolvida. Pelo lado da LOUD, era a chance deles conseguirem fazer quase que uma ‘Miracle Run’, pela chave inferior e defender o bicampeonato.
Contudo, ainda existiam outros motivos. Muitas pessoas estavam desacreditadas com a equipe brasileira. Além da campanha ruim, no VCT Masters Tokyo, eles tiveram uma má estreia no Champions, perdendo para a DRX. Contudo, a medida do campeonato, eles foram se reerguendo, eliminando equipes poderosas.
Primeiro, ainda na fase de grupos, mandaram para casa a Team Liquid, campeã do VCT EMEA e a Natus Vincere, em uma das séries mais emocionantes. Além disso, nos playoffs, eles tiveram sua estreia contra uma das equipes mais fortes do cenário internacional atual, a FNATIC, que, inclusive, se reencontraram na chave inferior.
Agora, pelo lado da Evil Geniuses, conseguimos acompanhar um time que vem se reinventando a cada partida e se provando merecedor do que está alcançando. Para quem não se lembra, a EG só conseguiu se classificar aos playoffs do VCT Américas, por conta de um resultado específico.
Depois disso, conseguiram sua vaga no Masters, onde chegaram a Grande Final, contra a FNATIC. Nessa ocasião, eles foram derrotados, por 3-0, mas mesmo assim, foi um feito incrível. Agora, no Champions, a equipe voltou a mais uma Grande Final, logo após eliminar a LOUD da competição. Ou seja, conseguiram feitos importantes, para marcar a sua força no cenário internacional.

O confronto era no sistema de melhor de cinco mapas, então a fase de escolha e banimento de mapas foi um pouco diferente. Ao invés de ter 2 mapas banidos, por equipe, foi apenas um mapa banido, por time. Confira como foi que ficou a escolha:
- EG baniu Haven
- LOUD baniu Fracture
- EG escolheu Ascent
- LOUD escolheu Lotus
- EG escolheu Pearl
- LOUD escolheu Split
- Mapa decisivo ficou para a Bind

Ascent
Logo no primeiro mapa, vimos um confronto intenso. A Ascent é conhecida por ser um mapa bem favorável para o time brasileiro. Contudo, na realidade, a história é um pouco diferente. Durante o ano de 2022, era inegável o quanto a LOUD dominava a Ascent. Inclusive, surgiram diversos posts, de equipes procurando analistas e o teste era criar uma tática para ganhar da equipe brasileira.
Por conta disso, muitos times começaram a estudar a Ascent brasileira. Ou seja, tudo que era feito, passou a ser analisado e pensado em como fazer melhor. Esse é o fardo de ser um time referência em algo. Então, a LOUD tinha duas possibilidades, ou se reinventar no mapa ou buscar outro para ser referência.
No Champions, vimos muitos times jogando bem a Ascent, superando a LOUD no placar. Um dos exemplos, foi a série contra a Evil Geniuses. Logo no início, vimos o time brasileiro dar uma sofrida nos ataques adversários. Com uma tática de avanço explosivo e tardio, a EG tinha uma leitura interessante do que a LOUD gostava de fazer.
Em diversas vezes, era perceptível que a equipe brasileira gostava de jogar focando no retake, usando a Killjoy do Less. Contudo, a leitura da EG era muito boa, entendendo isso e posicionando os seus jogadores nas principais passagens. No fim, o mapa ainda estava sendo acirrado, que chegou ao overtime. Porém, a prorrogação acabou bem rapidamente, marcando o primeiro mapa para o time da EG, por 14-12.
Lotus
O segundo mapa, Lotus, que era uma escolha da LOUD, deu um susto em todos os torcedores. A equipe brasileira sofreu um apagão geral, vendo a EG acabando com qualquer sonho de vitória. Além de ser um mapa forte da LOUD, onde os mesmos haviam conseguido superar a FNATIC, era a chance de ver uma série apertada.
Uma das maiores características da Lotus, é a sua força no lado atacante. Além de ter três bombs sites, as rotações e domínios são muito fortes. Cada região controlada pelo ataque, dificulta a leitura da defesa, o que acaba acarretando em problemas em dominar o espaço novamente. Então, fica uma disputa de controle de habilidades, onde o ataque quer suprimir o uso da defesa e dificultar qualquer tipo de avanço.
E foi exatamente isso que aconteceu nesse mapa. A Evil Geniuses estava avançando e conquistando cada vez mais territórios. Para tentar neutralizar isso, a LOUD usava as suas habilidades e buscava, em cada passo, conquistar os espaços. No final, eles não tinham muitas habilidades para se usar e a spike já estava plantada.
A primeira metade, que era ataque a EG, foi completamente dominada pela equipe. Eles fizeram um placar parcial de 10-2, deixando muito tranquilo a vitória do mapa. Mesmo indo para o ataque, a LOUD iria precisar de, no mínimo, repetir o feito da EG. Porém, a realidade foi mais dura e o mapa terminou em 13-4. Com isso, a equipe da casa estava a um mapa da vaga na Grande Final.
Pearl
O mapa da Pearl – ou Perola, como os fãs brasileiros gostam de chamar – foi o início do sonho. A LOUD não é uma equipe que possui uma das melhores Pearl. Porém, mesmo assim, é um estilo de jogo bem interessante de se assistir. O mapa entrega vários caminhos, onde os jogadores podem se infiltrar.
Por exemplo, um jogador atacante pode ficar na região central, esperando uma rotação da defesa e surpreender pelas costas, usando passagens do grafite ou túnel. Isso facilita táticas de afunilamento, com o time separando em duas frentes e apertando a defesa. Além disso, considerando times que jogam com um lurker, acaba trazendo mais uma vantagem, no quesito surpresa.
Na defesa, o principal é segurar as rotações. É muito importante ter um jogador atrasado, que possa buscar algum lurker. Nessa série, isso era muito visto, principalmente com o Less e o tuyz. Ambos os jogadores, quando o avanço não era no seu bomb, jogavam mais atrasados. E, para fechar com a cereja do bolo, temos os longos corredores.
Tais regiões facilitam o uso da Operator, uma arma muito usada pelos jogadores de Jett. Na série, tanto o aspas, como o Demon1 usaram o rifle de precisão e fizeram a diferença. A Operator é um pouco além de uma arma forte. O seu uso provoca um avanço lento, pois caso seja displicente, o abate é certo.
Por conta disso, foi possível ver um mapa acirrado, mas com certas vantagens para a LOUD. Na primeira metade, a Evil Geniuses estava passando alguns apertos, principalmente nas rotações rápidas da LOUD. E, mesmo indo para o ataque e conseguindo pontuar bem, a vantagem brasileira era grande. Com isso, o sonho seguia vivo, com um placar de 13-8.
Split
A Split foi um mapa incrível. Nele, conseguimos ver melhor os motivos do aspas ser considerado um jogador fora da curva. Se no início, as pessoas achavam que, por ele ser mono Reyna, não iria conseguir crescer. Atualmente, sua performance com a Jett e Raze são fora da curva.
Dentro da Split, conseguimos ver melhor isso. Pelo fato do mapa ser mais fechado, com muitas curvas e cantos, a Raze acaba conseguindo um destaque notório. O seu kit de habilidades é bem forte. Sua granada consegue rebater nos cantos, tirando qualquer adversário da sua posição. O Bumba, o famoso robô explosivo, é um fator importante, para limpar mais regiões, sem precisar de avançar.
Para complementar, a Carga Explosiva ajuda na movimentação, fazendo com que a Raze consiga sair de um ponto e ir para outro em uma velocidade. E, aliado com a sua ultimate, o Estraga Prazeres, temos uma combinação mortal. Inclusive, durante a série, vimos isso sendo usado diversas vezes, tanto pelo aspas, quanto pelo jawgemo.
Além disso, ainda vimos os dois times usando composições um pouco diferentes. Enquanto a Evil Geniuses optou por jogar com dois controladores, a LOUD optou pelos dois iniciadores. Os agentes da EG foram a Raze, Skye, Astra, Viper e Chamber. Pelo lado da LOUD, vimos a Raze, Breach, Skye, Astra e Killjoy.
Agora, dentro do mapa, vimos o ataque dominando completamente. Na primeira metade, a LOUD estava sendo bem impositiva, dando um trabalho muito grande para os seus adversários. Mesmo quando os lados viraram, a defesa estava bem encaixada, o que acarretou na vitória brasileira, por 13-7. Com isso, a LOUD conseguiu empatar a série, levando a decisão para o quinto mapa.
Bind
Enfim, chegou o quinto e último mapa, a grande decisão. Aqui, os fãs poderiam ver duas coisas acontecendo. Ou a LOUD iria conseguir aplicar o ‘Reverse Sweep’, ou a Evil Geniuses iria voltar na série. No fim, como já sabemos, a equipe norte-americana conseguiu voltar para a série e fechou a sua vaga para a grande Final.
Falando do mapa, a Bind é um mapa bem conhecido nos palcos internacionais de VALORANT. São muitos times que curtem o mapa, porque ele possui táticas bem interessantes. Uma delas, são os usos dos portais. Sua utilização facilita a rotação e até a obtenção de informação. Dependendo das habilidades, como o Predador Explosivo, é fácil de conseguir verificar se tem alguém nas proximidades.
Inclusive, ambos os times usaram a agente, que estava fazendo um papel bem importante. Junto a ela, o uso da Viper é bem forte dentro da Bind. As suas habilidades conseguem controlar espaços e anular regiões. Além disso, no ataque, ela é extremamente poderosa para o pós plant. O seu Poço Peçonhento é uma ferramenta forte, conseguindo matar quem está defusando a Spike.
Na primeira metade, a Evil Geniuses estava com um ataque bem estruturado, usando bem o Chamber, como um sentinela de rotação. Enquanto isso, a Skye do Ethan estava com a mira bem precisa. Mesmo assim, a LOUD foi segurando e a primeira metade ficou em 7-5, para o time da EG. Quando os lados viraram, o sonho da virada brasileira era o objetivo. Contudo, a defesa norte-americana foi mais forte, fechando o mapa por 13-8.

O destaque da série, por parte da Evil Geniuses, foi o Demon1. Sua performance, não só no mapa, foi extremamente importante. Além disso, ele mostrou uma flexibilidade interessante com agentes, usando Jett, Astra e Chamber, que possuem propostas diferentes dentro do jogo. Sua Pontuação Média de Combate foi de 257 pontos, enquanto o seu KDA foi de 101/81/23.
Por outro lado, tivemos o aspas sendo um destaque grande pela LOUD. Sua participação foi bem importante, conseguindo abater muitos jogadores e garantir rounds cruciais. Mesmo com a derrota, ele conseguiu um destaque absurdo, com uma Pontuação Média de Combate de 252 pontos e um KDA de 95/81/14.