O VCT LOCK//IN começou oficialmente. 32 equipes vieram para o Brasil, para comemorar o novo ano competitivo. Na preparação, a Riot Games preparou um Media Day, onde alguns jogadores conversaram com a imprensa internacional. Com isso, tivemos a oportunidade de entrevistar o murizzz, IGL da MIBR, uma das equipes do Brasil, na franquia das Américas.
Confira como foi essa entrevista, que buscou entender como foi chegar na franquia e como as suas antigas experiências ajudaram a mudar o que ele é hoje.
“Eu fiquei realmente muito feliz”
O sonho de muitos jogadores é poder jogar no sistema atual de franquia do VCT. De você, qual foi o sentimento em saber que você é participante desse grande plano da Riot Games para o VALORANT?
Bom, no dia que eu recebi a notícia que estava rolando essa transferência (da Vivo Keyd para a MIBR), eu fiquei realmente muito feliz. A primeira coisa que eu fiz foi ir correndo e contar para a minha família. Porque, desde o comecinho do VALORANT, eu lutei muito, sempre buscando me manter no topo. Apesar de 2022 não ter sido um ano tão bom para a gente (Vivo Keyd) e para mim, o bzka (técnico da equipe) e o pessoal do MIBR acreditou no nosso trabalho e sabia do potencial que a gente tinha. Por isso que eu me senti tão gratificante em dar essa notícia para eles. Cada um me acompanhou e soube de tudo que eu passei.
Aproveitando que você abordou o tema do ano de 2022, o seu antigo time, a VK, viveu momentos de altos e baixos constantes. Pegando esse seu retrospecto, como você tira as coisas que você vivenciou no passado e traz isso, como melhoria, para um novo ano, com uma nova equipe, principalmente sendo o IGL?
Assim, em qualquer projeto ou equipe, até mesmo como vencedores, sempre tiramos lições das derrotas ou momentos de baixa. Ninguém erra de propósito. Tentamos acertar, buscamos as melhores opções, mas isso acabou não dando certo. Pensando em mim e na minha antiga equipe, tomamos uma série de más decisões, que acarretou na nossa performance.
Estamos com um foco muito grande para o ano de 2023. Viramos a página e tivemos uma ajuda absurda, por parte do nosso novo técnico, o bzka. Não consigo citar algo específico, em que percebi como uma decisão errada e que vou corrigir agora, na MIBR. Porém, eu lembro que nós (Vivo Keyd), tentamos muita coisa. Chegamos até estar, de certa forma, desesperados. Acho que, o principal que eu poderia citar, foi o imediatismo.
Chegamos até estar, de certa forma, desesperados.
Quando o v1xen e o JhoW foram trocados pelo RHZ e o RgLM (os dois antigos jogadores foram para a Ninjas in Pyjamas), nós buscamos uma mudança rápida e imediata. Contudo, o que tínhamos em mãos, eram dois bons jogadores, mas que não possuíam tanta experiência profissional no VALORANT. Tentamos algo com muito imediatismo e, como não deu tão certo, isso acabou nos frustrando. Dessa forma, acabamos ficando impactados e terminamos o nosso ano longe dos nossos objetivos principais.
[…] nós buscamos uma mudança rápida e imediata.
Isso foi apenas um pequeno exemplo, de várias coisas que eu aprendi ao longo do ano e da minha carreira, que acabou me moldando para esse novo ano e nova equipe.
Voltando ao LOCK//IN, que é o principal campeonato no momento, sabemos que ele está sendo considerado como um teste para as equipes. Além de você conhecer os times das franquias, vocês estarão se conhecendo, pois aconteceram várias mudanças de composições. Porém, sabemos que, mesmo assim, existe uma pressão externa sobre expectativas, principalmente por estarem jogando no Brasil. Como está sendo lidar com isso?
Nossa expectativa é bem simples, por sinal. Queremos mostrar o que estamos trabalhando ao longo desses dois meses juntos. Não temos nenhuma expectativa absurda. Até porque isso iria refletir negativamente na gente. E o trabalho psicológico que a gente consegue ter é mentalização. Nosso psicólogo está sempre com o time, nos ajudando. Estamos sempre trabalhando, sobre expectativas, torcida, para chegarmos na estreia um pouco mais preparados.
O LOCK//IN está recheado de surpresas, além do meta novo, com nerfs no Chamber, buffs em outros agentes, temos uma grande novidade, o novo mapa Lotus. O que você, como jogador, está achando do mapa? Acredita que ele é competitivo e que possa aparecer no campeonato?
Eu acho que o Lotus é um mapa muito competitivo. Eu me identifiquei bastante com ele, por sinal. Em comparação com a Pearl, que foi o penúltimo mapa lançado, eu achei ela um pouco esquisita, assim que ela tinha saído no servidor. Já a Lotus, nós fizemos um trabalho tático, só de boca, sem ter jogado muito nela e acabou que encaixamos muito bem as coisas que a gente tinha planejado sobre o mapa. Tudo acabou fazendo sentido, mesmo com algumas diferenças na hora que estávamos em jogo, na hora do “vamos ver”.
Eu gostei muito do mapa. Senti que conseguimos entender a sua base, mesmo que seja bem no início. Pode ser que daqui a três meses mude tudo e tudo o que eu disse aqui tenha ido por baixa d’água. Contudo, eu estou confiante no mapa, sinto que entendemos o seu propósito e estamos bem encaixados.

Sobre os buffs e nerfs nos agentes, principalmente no Chamber, que era um agente essencial, para qualquer time, quais foram os impactos dessas mudanças para o time?
O nerf no Chamber mudou completamente o meta do jogo. Todas as equipes tiveram que se adaptar. O agente fechava muito o mapa, com as suas habilidades. Era extremamente difícil de lidar contra ele. Com o seu nerf, a nossa estrutura mudou bastante, mas nada que não conseguimos trabalhar bem. Nós (jogadores da MIBR) temos facilidade com os demais agentes, por conta das nossas experiências anteriores e isso ajudou nessa mudança tão importante para o VCT LOCK//IN.
A estreia do MIBR no VCT LOCK//IN
O MIBR tem a sua estreia no LOCK//IN para o dia 15 (quarta-feira), contra a Talon Esports, equipe da Tailândia, que pertence a franquia do Pacifico. Essa será a segunda vez que veremos os brasileiros no servidor. Em Dezembro, a organização participou do LATAM Gods, ficando em segundo lugar, após perder para a Leviatán, por 3-1.
As composições, do MIBR e Talon, são:
MIBR
- João “jzz” Pedro
- Leando “frz” Gomes
- Olavo “heat” Marcelo
- Murilo “murizzz” Tuchtenhagen
- Matheus “RgLM” Rodigoli
- André “TxoziN” Saidel (sexto jogador)
- Matheus “bzkA” Tarasconi (coach)
Talon Esports
- Thanamethk “Crws” Mahatthananuyut
- Itthirit “foxz” Ngamsaard
- Panyawat “sushiboys” Subsiriroj
- Patiphan “Patiphan” Chaiwong
- Apiwat “garnetS” Apiraksukumal
- Jittana “JitboyS” Nokngam (sexto jogador)
- In “Creative” Moo-keun (coach)