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BelaBM, nas fotos realizadas para o seu anúncio de entrada na The Union
BelaBM, nas fotos realizadas para o seu anúncio de entrada na The Union – Fonte: Reprodução/Twitter

Muitas pessoas acham que o mundo dos Esports é apenas as equipes, com os seus jogadores e corpo técnico. Contudo, existem pessoas que trabalham com a comunidade, trazendo engajamento e informação. Um dos nomes que vem ganhando destaque é a BelaBM, influenciadora da The Union.

Com foco em trazer para o público a história do VALORANT, além de conteúdo em suas lives. Abaixo, vamos trazer a nossa conversa com a streamer, conhecendo sobre a sua história e como ela começou dentro do VALORANT. Para ajudar, disponibilizamos a entrevista em vídeo, que terá o conteúdo inteiro, sem cortes.

“Chegou um momento que eu tava sem esperanças, de verdade.”

Muitas pessoas conhecem a Bela por suas lives na Twitch, porém um pouco da história fica perdida. Por mais que as lives tentem diminuir essa distância, acontecimentos do passado acabam ficando perdidos e é esquecido a origem das pessoas. A Bela contou um pouco de quem é ela e a sua paixão pelos games:

“Olha eu acho que a Bela é muito do que você vê na internet mesmo. Eu acho que estou conseguindo transmitir o meu jeito nas lives. Eu comecei nos games foi através do The Sims. Sempre gostei muito de The Sims, eu joguei ele durante a minha inteira, basicamente. Além disso, eu sempre gostei muito de ler e criar histórias, então eu comecei a criar uma histórias com The Sims.

No início, eu escrevia histórias no jogo, em um fórum lá. Eram histórias que eu criava e isso acabou evoluindo para os vídeos do The Sims onde eu fazia cenas. Eu fazia muito vídeo para mim mesma e com os meus amigos. A gente criava as historinhas e tudo mais, até que um momento evoluiu para gameplay e comecei a gravar para o YouTube.

Eu já fazia live em outros aplicativos, mas eram lives mais de conversa. Até que na pandemia, eu estava gravando as gameplays de The Sims e o meu irmão falou: “Ah, por que que você não faz a live também?” e eu comecei a fazer live. E com o tempo, o povo começou a pedir CS e eu não gostava muito. Porque o The Sims é todo coloridinho, com os bichinhos lá falando.

O bom foi que, logo depois lançou o VALORANT. E eu acho que ele me conquistou por conta de dois motivos. Primeiro, ele é bem mais colorido que o CS. Além disso, eu gostei muito da dublagem do jogo e eu comecei a perceber que tinha uma história por trás. Eu acho que isso conectou com que eu já gostava. Com isso, eu me encontrei com o jogo e falei ‘nossa tem uma história para contar’.

Foi aí que eu me encontrei na lore do VALORANT. Deixei um pouco de lado o The Sims e agora estou gostando muito do VALORANT. Então é bem engraçado, porque eu sempre joguei apenas um jogo. Só que eu nunca imaginei que eu fosse gostar tanto assim de outro jogo, que não tem nada a ver com The Sims.

Eu acho que me conquistou mais por conta da história mesmo. Então, de forma resumida, eu acho que diria que a Bela é a pessoa criativa, que gosta de inventar mundos novos e compartilhar isso com outras pessoas.”

Bela e o seu cosplay mais famoso, a Skye, iniciadora no VALORANT
Bela e o seu cosplay mais famoso, a Skye, iniciadora no VALORANT – Fonte: Reprodução/Twitter

A história de VALORANT, pode parecer que não, mas é algo muito bem montado. Em comparação ao League of Legends, que possui uma página exclusiva para sua lore, o VALORANT tem sua história um pouco escondida. Bela contou onde ela acha as informações dos agentes e mapas:

“Então, eu aprendo muito pelos agentes mesmo, no começo dos rounds. Se você prestar atenção, eles estão lá um alfinetando um ao outro. Por exemplo, o Brimstone e o Breach não se gostam tanto, a Reyna e o Kay/O também não, a Raze e o Sova já tem uma relação mais legal.

Então eu prestava muita atenção nisso. Comecei a procurar as falas completas no YouTube. Daí eu arranjei com um amigo até que consegui extrair isso do próprio jogo. Então, às vezes, eu vou lá e vou nos arquivos, ouvindo cada fala de cada agente. E aí tudo ficou mais fácil quando a própria Riot começou a colocar isso dentro do jogo.”

E não é apenas de lore que a Bela foi ganhando destaque. Sua forma de passar conhecimento foi crescendo e alcançando novos patamares e públicos. Atualmente, ela possui um relacionamento estreito com a Riot Games, onde eles fornecem acesso antecipado a mapas e a agentes. Ela contou um pouco como foi essa construção de relacionamento com a Riot:

Então, isso foi algo bem natural, que eu nem percebia, acredita? Porque foi o que eu falei, foi um envolvimento muito natural com o jogo. De ter acabado empolgando com o jogo, abrir a live, olhar a fala de um agente aqui. Eu comecei a comentar isso em live e foi só em março, eu acho de 2021, que eu tive a ideia de falar ‘meu, consegui informações suficientes. Vou fazer o meu primeiro vídeo contando a história do jogo.’.

Aí eu postei para o YouTube, com isso eu percebi que eu podia levar isso no Instagram, em vídeos mais rápidos, também no TikTok. Então, acho que foi muito natural mesmo, de uma coisa assim de gosto. Foi algo de pensar ‘Eu gosto de saber disso, então eu acho que tem gente que vai querer ouvir também’. Então, não foi muito pensado, foi um amor mesmo que cresceu de verdade.”

Hoje em dia, por mais que as lives tenham sucesso e façam parte da vida de muitas pessoas, elas não possuem tanto alcance. Quando falamos de alcance, no mundo digital, vídeos curtos estão crescendo. Reels, Shorts e o TikTok são as novas tendências. A Bela comentou como está sendo adaptar o seu conteúdo para essa nova febre:

Eu acho que os meus resultados poderiam ser melhores, ainda não estou muito contente com isso. Então, não sei o que falta para eu engatar melhor com as pessoas. Eu tenho tentado mudar o estilo, se você ver os primeiros vídeos meus não tinha minha cara, nem a minha voz. Basicamente, eu pegava as falas dos agentes e tentava contar a história a partir disso.

Depois comecei a aparecer, agora eu divido, aparece a metade minha câmera e metade o vídeo. Porque eu acho que as pessoas têm até aquela tendência agora, de colocar o vídeo do lado com uma coisa nada a ver. Eu não sei dizer direito, mas você tem que se virar ali para fazer as pessoas consumir o conteúdo.

Ainda não estou contente com os resultados, mas eu acho que é fácil de postar. Pelo simples motivo que uma versão longa para o YouTube, pode ser uma versão reduzida para o TikTok. Por exemplo, você pode fazer um top 5 curiosidades da Reyna. Então tem muito jeito de trabalhar.”

Quem acompanha a Bela nas redes sociais consegue perceber o seu crescimento. É notório o quão influente ela vem se tornado e, por conta disso, agora ela é streamer oficial da The Union. A organização venceu tudo no cenário brasileiro, ficando em terceiro lugar na disputa da vaga no Ascension. Bela contou como foi entrar para organização:

Chegou um momento que eu tava sem esperanças, de verdade. Porque já estava no meio do ano e a gente já estava vendo o cenário um pouco fragilizado. Junto a isso, entrar em uma organização estava em uma das minhas metas desse ano e eu já tinha desistido. Eu falei para mim mesma ‘Ah deixa para lá, fica pro ano que vem’. Eu nem tava triste,

Achei que talvez eu ainda não havia crescido suficiente esse ano. Porém, eu ia continuar trabalhando para isso. Aí, sem menos esperar, chegou essa proposta. Eu fiquei, ‘meu Deus alguém me enxergou’. Até porque, eu reconheço que não tenho números muito altos, não tenho nem 20 mil seguidores.

Então, foi um tipo de reconhecimento, por conta do meu empenho. Eu me dedico muito nos conteúdos, na qualidade, mesmo que ainda não tenha um resultado enorme. Nossa, foi um reconhecimento incrível. Deu esperança. Vou continuar fazendo o que eu estou fazendo porque tá vindo resultado. E, aliás, não é qualquer organização.

Se for parar para pensar, a The Union, de fato, ganhou muita coisa aqui no cenário BR e eles construíram o nome muito importante. Agora, estar debaixo de uma organização desse nível, que consegue te amparar, é muita bom. Foi organização que ganhou tudo esse ano. Foi, de fato, algo incrível.

Antigamente, a gente via que os influenciadores, na sua maior parte, eram homens. Na verdade, todo o cenário de Esports, por muitos anos tinha o preconceito que era apenas para o público masculino. Atualmente, as mulheres vêm conquistando mais espaço, com um cenário inclusivo, incentivos e reconhecimento. Bela comentou como é para ela esse mundo e a recepção da sua comunidade com o seu trabalho:

Sendo bem sincera, eu tenho pensado muito sobre isso, me perguntado, ‘se eu fosse homem, fazendo esse tipo de conteúdo, eu já estaria com os números maiores?’. Porque eu acho que o meu trabalho é muito bom, eu acho que a minha live super divertida. Porém, como você falou, na maioria das vezes, quem faz live atualmente, eram pessoas que já jogavam bem.

O meu conteúdo é totalmente o oposto. Eu sou uma platina afundada, que mais conversa, do que joga. Não estou ligando muito pro competitivo. Quero falar sobre a história do jogo. Então, realmente é um público muito diferente, mas eu tenho esperança de que eu vou achar essa comunidade aí e que eu vou trazer eles para mim.”

Hoje em dia, o cenário inclusivo vem ganhando mais espaço. No VALORANT, temos o Game Changers, que, inclusive, tem um campeonato mundial. No League of Legends, o Ignis Cup está ganhando cada vez mais espaço e relevância. Bela comentou como é para ela ver o cenário inclusivo crescendo tanto, não só no Brasil, como no mundo:

É muito engraçado falar disso porque, como eu falei eu sempre joguei só The Sims. E, por lá, não tinha falta de representatividade. Inclusive, tinha muita menina jogando. Então, quando eu cheguei no VALORANT, o primeiro campeonato que eu assisti já tinha duas mulheres na transmissão.

Aliás, eu até demorei para saber que existia todo esse preconceito, que não tinha tanta inclusão. Porque, quando eu entrei em contato com outro mundo de jogos, eu já me deparei com um cenário um pouco mais inclusivo, mais diverso. Então, foi uma experiência diferente, mas muito legal. Eu não tenho essa carga de experiências negativas, de não ter mulheres no cenário ou espaço pra gente.

Já cheguei no VALORANT que até parece um mundo alternativo. Está existindo muito mais espaço. Conheço várias meninas que estão aí, crescendo e criando conteúdo também. Então, eu chego a acreditar que eu tive sorte nesse sentido. E é muito bom ver muita coisa acontecendo aqui no Brasil. Tivemos o LOCK//IN, Ascension e agora o Game Changers mundial. Fora as coisas do LOL, que você me contou aqui.

Nid e BelaBM, as duas influenciadoras da The Union
Nid e BelaBM, as duas influenciadoras da The Union – Fonte: Reprodução/Twitter

Algumas pessoas podem não conhecer, mas a Bela tem um irmão pro player. Krain, que jogou o VCT Challengers BR pela Vivo Keyd Stars é parente da Bela. Ambos, além de dividirem o amor pelos jogos, ajudam um ao outro em várias coisas:

O meu irmão me ajudou muito me dando empurrãozinho pra live. O fato dos dois gostarem de VALORANT foi uma coincidência. Na época, estava tendo os drops de chaves na Twitch. Ele chegou a conseguir primeiro e ele colocava no PC dele e me chamava para ver, jogar o The Range, porque na época eu não sabia nada de FPS.

Porém, pensando nas facilidades, eu acho que ele facilitou muito abrindo as portas aqui em casa. Porque ele sempre quis ser jogador profissional, só que na época a gente não entendia nada. Ele já fazia live, já jogava e a gente só ficava comentando, ‘Meu Deus, esse menino não sai do computador’.

Por exemplo, eu já jogava um pouco menos, porque eu gostava muito de sair e ele só ficava no computador e eu não entendi isso. Durante a pandemia, ele estava fazendo faculdade e recebeu uma proposta para jogar profissionalmente. Com isso, ele conversou com os nossos pais e disse que ia largar a faculdade.

Aí, quando chegou a minha vez, que foi de sair do meu emprego e focar nas lives, foi muito mais fácil. A minha família já entendia melhor e não teve tanta dificuldade. Decidi focar 100% do meu tempo para ser streamer e foi importante ter ele aqui, para mostrar que não era algo do nada.”

Para finalizar, um assunto que sempre é bom abordar – futuro. No mundo das lives e criação de conteúdo, saber os próximos passos é essencial. Muita coisa pode acontecer e é necessário montar um plano. Então, pensando nisso, a Bela contou quais são os seus planos e próximos passos:

“Eu quero muito focar no Instagram, para mim, focar nessa rede social que é mais importante. Porém, eu quero amadurecer, um pouco mais, os meus conteúdos sobre entretenimento mesmo. Então, estou pensando em algumas coisas, talvez um pouco mais cinematográficas e talvez um pouco menos informativos.