Game Changers: A Team Liquid está na Grande Final
O penúltimo dia do Game Changers Championship foi bem intenso. A equipe que vencesse o primeiro confronto, teria um jogo em sequência. Ou seja, a Liquid e SMG, que protagonizaram a primeira partida, iriam jogar em seguida contra a G2 Gozen. E a nossa representante atropelou todo mundo.
Vencendo a Team SMG GC, por 2-1, numa série que deixou os nervos à flor da pele, a Cavalaria teve alguns minutos de descanso e foi enfrentar a sua nêmesis, a G2 Gozen. Em uma série bem emocionante, a Liquid foi para a Grande Final, depois de vencer as atuais campeãs, por 2-0. Confira como foram os jogos, mas antes, vamos ver algumas palavrinhas da rainha dos clutchs, Joojina.
“Eu sou uma pessoa muito alegre”

Joojina, a Rainha dos Clutchs, durante a coletiva de imprensa – Fonte: VALORANT Esports
Essa é a sua primeira experiência em um campeonato internacional, mesmo sendo aqui no Brasil. E mesmo assim, vocês conseguiram resultados muito bons, como pudemos ver nessa jornada incrível. Como você se sente, com isso acontecendo logo na sua primeira grande final internacional?
“Eu me sinto muito bem. Eu acho que a gente está apenas colhendo os frutos dos trabalhos que tivemos ao longo deste ano. Nós nos demos muito duro para conseguir chegar até aqui. Eu acho que a gente aprendeu muito aqui dentro do Brasil. Mesmo sendo o meu primeiro mundial, nós jogamos contra times bem fortes, aqui dentro do nosso país. Eu sinto que o Brasil fez com que a gente conseguisse se preparar para estar aqui.”
Durante a transmissão, sempre vemos você sorridente e transparecendo uma calma absurda. Isso acontece além dos rounds que vocês vencem. Até mesmo nas derrotas, você está sorrindo e sendo uma pessoa bem centrada. Como esse seu perfil ajuda o time, tanto no dia a dia, como nas partidas, como as de hoje?
“Eu realmente sou uma pessoa muito sorridente. Sou uma pessoa muito feliz, grata por tudo. Então, eu sinto que eu carrego essa leveza para o time. Tanto que, quando perdemos para G2, no início do campeonato, as meninas comentaram que eu não estava sorrindo, não estava feliz, não estava sendo eu mesma. E isso foi importante, porque eu consegui sentir que algo estava errado. Quando eu estou tranquila e relaxada, eu consigo puxar o meu time junto, trazendo uma leveza para o jogo. Por conta disso, eu sinto que isso faz com que o nosso jogo fique 100% mais confortável.”
A equipe da Shopify Rebellion é um time bem casca grossa. As meninas possuem bastante experiência e podem nos surpreender. Contudo, ao nosso lado temos a torcida, que é sempre 100% frenética e você, a rainha dos clutchs. Como você se sente nesses momentos, quando é momento de desvantagem e a torcida está fervorosa?
“Eu não acho que o barulho da torcida influencia o nosso jogo. Quando eu estou em alguma situação de clutch, eu me concentro totalmente naquilo e me fecho. Fico com um foco absurdo, tanto que eu acabo nem escutando a torcida. É como se tudo ao meu redor sumisse e só importasse eu e o meu jogo. Porém, o mais gostoso é quando eu consigo vencer esses rounds e consigo ouvir a torcida gritando, por minha causa. Isso me causa um sentimento indescritível. Acaba me deixando ainda mais hypada e com vontade de ganhar mais e mais clutchs.”
Liquid x SMG – Duelo de gigantes

daiki e enerii, se abraçando depois do jogo no Game Changers Championship – Fonte: VALORANT Esports
O penúltimo dia do Game Changers Championship pegou fogo nos estúdios da Riot Games Brasil. Para começar o dia, a Team Liquid Brasil enfrentou a Team SMG GC, valendo vaga na final da chave inferior. No fim, depois de muito suor e sofrimento, o Brasil comemorou, com a Cavalaria vencendo por 2-1.
Os mapas escolhidos para a série foram Haven (Team SMG), Bind (Team Liquid) e Ascent (mapa decisivo). Não foram escolhas estranhas, com mapas fortes para os dois times. O que justificou na série bem pegada. Inclusive, vimos composições bem parecidas, em todos eles.
No primeiro mapa, a Haven, foi onde tivemos a maior diferença nos agentes, nos controladores e iniciadores. Pela Liquid, tivemos Jett (bstrdd), Skye (daiki), Omen (Joojina), Viper (isaa) e Killjoy (Bizerra). Enquanto que a SMG jogou de Jett (enerii), Breach (Kamiyu), Sova (Alexy), Astra (shirazi) e Killjoy (Kohaibi).
De um lado, a Liquid estava apostando no controle de região, assim como vimos na partida contra a BBL. A dupla de controladores facilita a sua entrada, como atrapalhar os adversários. Enquanto isso, a SMG seguia com a proposta de coleta de informação, facilitando as entradas.
Nesse mapa, vimos a Team SMG com um jogo bem agressivo e rápido. No lado inicial, que era a defesa, elas estavam com uma leitura forte e sempre aproveitavam das rotações, para buscar as costas adversárias. Enquanto que, no ataque, a SMG faziam múltiplos ataques, dispersando a defesa. Com isso, elas venceram o primeiro mapa, por 13-9
O segundo mapa, Bind, já vimos as composições espelhadas, mostrando que o mapa estava bem estudado e com uma proposta similar de jogo. O início de jogo foi muito positivo para Liquid, que mostrou que o último mapa não teve impacto. Elas mostraram que em seu mapa, elas dominam e não deixaram a SMG aparecer, vencendo por 13-7.
Por fim, chegamos ao último mapa, a Ascent. No lado de ataque, a Liquid estava massacrando as suas adversárias. Sua maestria em rotações, leitura de jogo, avanço, eram notáveis. Contudo, quando os lados viraram, a SMG começou a se aproveitar de certas brechas, conseguindo ganhar pontos e chegando perto do placar.
Por fim, depois de uma pausa, a Liquid se reencontrou, acalmou e fechou o mapa, com um placar de 13-10. Com isso, elas avançaram na chave, indo enfrentar a G2 Gozen, que, como falamos antes, foi no mesmo dia. Quem recebeu o MVP desta série foi a ‘Rainha dos Clutchs’, Joojina.
Team Liquid x G2 Gozen – Vitória com um gosto doce

Duelo de capitãs, mimi e daiki, na final da chave inferior – Fonte: VALORANT Esports
A última partida do dia e valendo a vaga para a Grande Final, Team Liquid Brasil e G2 Gozen. As duas equipes que abriram o campeonato se encontraram novamente, agora em uma situação diferente. De um lado, a Cavalaria vinha atropelando todas as suas adversárias na chave inferior. Enquanto a G2 havia sofrido uma derrota amarga contra a Shopify Rebellion.
O confronto já tinha hype o suficiente, mas no dia anterior, durante algumas entrevistas, a G2 Gozen acabou provocando a fúria brasileira. As jogadoras estavam dizendo que a Team SMG GC eram favoritas. Além disso, falaram, durante as coletivas, que a Liquid não sabiam se adaptar e que iriam amassar elas na Lotus, caso passasse.
E, para alegria ou temor dos fãs, a Lotus foi um dos mapas escolhidos para essa série. Os picks e bans de mapas ficaram assim: Ascent (Liquid), Lotus (G2) e Split (mapa decisivo). Escolhas interessantes e que mostraram como a Cavalaria estava preparada para o que viesse em sua direção.
O primeiro mapa já começou do jeito que o brasileiro está acostumado, bem pegado. a defesa da G2 estava bem ajustada, conseguindo anular as rotações e buscando as jogadoras chaves. Mesmo assim, a Liquid buscou os pontos e conseguiu empatar a primeira metade.
Na troca de lados, só deu Liquid. A defesa brasileira estava muito alinhada, com a isaa brilhando muito. Os abates conseguidos pela jogadora foram importantes, revertendo rounds cruciais. No fim, a Liquid saiu na frente, com um placar de 13-9, indo para a Lotus mais aliviadas.
Se a G2 havia dito que a Liquid não sabia se adaptar e ia amassar na Lotus, não foi bem isso que aconteceu. Do início ao fim, só deu Liquid. A Cavalaria começou com um ataque mortal, acabando com as chances adversárias. Com isso, a primeira metade terminou em 8-4.
Por fim, quando os lados trocaram, o ritmo da Liquid seguiu intenso. O objetivo da classificação era cada vez mais forte. Com isso, elas foram atropelando as suas adversárias, vencendo o mapa por 13-7. Quem foi a jogadora destaque da série foi a Bizerra, que fez uma série absurda. Contudo, vale a pena destacar o jogo da bstrdd, que estava muito afiado.