A jornada da LOUD no primeiro internacional de VALORANT de 2024 acabou. Depois de terem sido eliminados pela Paper Rex, os brasileiros ficaram com a 4ª colocação e as redes sociais ficaram bem movimentadas. Os jogadores jogaram mal? A LOUD tentou inventar demais? Não somos os melhores do mundo? O que aconteceu? De quem é a culpa? Para entender mais, vamos analisar a jornada da LOUD nesse Masters Madrid.
Lembrando que esse artigo é um artigo de opinião, que vai se basear nos dados retirados durante o VCT Américas Kickoff e Masters Madrid. Além do mais, vou usar algumas frases ditas pelos jogadores durante as coletivas, para tentar justificar algumas ações ou ideias da equipe. Então vamos começar essa análise:
A preparação da LOUD para 2024

O ano de 2024 da LOUD começou bem misteriosa. Depois da saída do aspas, muito se questionou sobre quem iria substituir a posição de duelista. Na época, alguns nomes foram levantados e dois acabaram sendo bem comentados, xand e qck. Ambos os jogadores possuíam aquilo que a LOUD buscava, um jogador talentoso e experiente, onde eles não iriam precisar treinar desde o início.
Depois de alguns testes, eles acabaram optando pelo qck. O jovem jogador havia participado do VCT Américas, em 2023, pela FURIA. Contudo, na época, ele não atuava como duelista. Sua função era de sentinela, usando a Killjoy e Viper como agentes de assinatura. Com a sua ida para a LOUD, ele iria voltar a jogar com os seus duelistas.
Então, ficava a dúvida sobre a performance dele e dos jogadores, com tal mudança. Por conta disso, era esperado que a LOUD fosse jogar algum campeonato Offseason, no intuito de treinar e alinhar mais a equipe. Porém, a realidade não foi bem essa e vimos a LOUD apenas na estreia do VCT Américas Kickoff. E a estreia não foi apenas apresentando o novo jogador.
A equipe da LOUD mostrou que não foram apenas os jogadores . Eles decidiram mudar o estilo de jogar, as composições e os agentes usados por cada jogador. Por conta disso, deu para entender melhor o motivo deles não terem participado de nenhum Offseason. Eles estavam testando novas coisas e preferiram deixar as coisas como uma grande surpresa.
Como foi o ano de 2024 para a LOUD?

O ano de 2024 da LOUD, se for analisar apenas os resultados, foi bem positivo. Mesmo fazendo muitas mudanças, eles conseguiram pegar um vice no VCT Américas Kickoff e um quarto lugar no Masters Madrid. Na ponta do lápis, são resultados positivos, que mostram mais a favor deles, do que contra. Porém, algumas coisas precisam ser pontuadas.
Durante o Américas, a LOUD dominou completamente. Eles ditaram as regras, em praticamente todas as partidas. As mudanças feitas foram bem impactantes, que acabava demonstrando como a equipe estava certa. Eles buscaram entender mais sobre as mudanças do meta e buscaram se adequar melhor.
Inclusive, em uma entrevista coletiva, Saadhak comentou sobre os nerfs e as mudanças no meta. Alguns agentes, principalmente a Skye, estavam ficando fracos e o meta estava se transformando. Ao invés de ter a possibilidade de entender como as equipes estavam se movimentando, o jogo estava se tornando mais agressivo. As lutas eram mais frequentes e agentes com habilidades utilitárias iriam ser mais usados.
Contudo, a prova grande disso seria no VCT Masters. Jogar contra equipes do mundo, principalmente as melhores de suas ligas, era a grande oportunidade da LOUD de se provar e testar as suas mudanças. Ou seja, o Masters iria ser o grande laboratório da LOUD e isso foi perceptível. Eles estavam validando as mudanças e isso foi confirmado pela equipe mesmo.
Durante uma coletiva, Saadhak comentou sobre como o Masters iria ajudar o time. Esses jogos acabaram sendo uma grande aula. Foi possível analisar se as táticas estavam encaixadas, como os times se portavam contra as novidades e assim por diante. Por conta disso afirmo que, no papel, a performance da LOUD foi bem positiva.
É muito compreensível as cobranças em cima da equipe. A LOUD foi campeã do mundo em 2022 e é tida como um dos melhores times do mundo. Isso sem falar do tamanho da organização e como eles movimentam as redes sociais. Então, um resultado que é aparentemente negativo, acaba se tornando algo muito maior.
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E o futuro? O que podemos esperar?

Com tantas mudanças acontecendo na LOUD, temos que ter uma coisa em mente. A derrota machuca, claramente, porém o resultado final foi positivo. Agora, precisamos ver o quanto a LOUD vai usar esse Masters de aprendizado. Muita coisa foi testada, houve muitos acertos e muitos erros. Com isso, a grande questão é quanto isso vai ser convertido para a equipe.
Uma grande preocupação é a situação da equipe neste exato momento. Saadhak disse em uma live que os jogadores tiveram que ir para Irlanda, para conseguir renovar o visto norte-americano. Com isso, eles não vão conseguir treinar antes do início do VCT Américas. Ou seja, caso houvesse coisas para serem consertadas antes da estreia do campeonato, a LOUD não vai conseguir ajeitar.
Isso acaba deixando algumas preocupações em cima da equipe. Esse tempo perdido pode impactar em tudo que foi testado durante o Masters. Além disso, as equipes do Américas, que não se classificaram, tiveram um tempo de treino. Todo esse conjunto pode atrapalhar os planos da LOUD. Em contrapartida, eles já venceram uma vez o Américas e chegaram em segundo posteriormente. Eles sabem como funciona o jogo e pode tentar ir mais no básico.
No fim, a campanha da LOUD foi positiva sim, principalmente no quesito aprendizado. Ganhar um Masters é importante, mas o Champions é o grande objetivo a ser conquistado. Então, as equipes treinam para isso, principalmente aquelas que possuem maiores chances de se classificar. Obviamente que, não adianta focar tanto no futuro e esquecer o presente. Antes do Champions, existe o Américas, que é por onde as equipes se classificam.
Dessa forma, a LOUD precisa aprender como jogar no Américas, mas sem esquecer a adaptação estudada. É esperado que eles ainda nos surpreendam bastante. A grande genialidade da LOUD são as inovações. Todos os jogadores possuem um talento inigualável e são peças únicas para a equipe. Pois, como mesmo eles dizem, a LOUD é uma grande família.