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O VCT Américas Kickoff está chegando e já foram anunciadas algumas mudanças. Para preparar, alguns jogadores estão concedendo entrevistas, contando sobre as suas expectativas, meta, preparação e muito mais. Em exclusividade, conversamos com o sacy, uma das lendas do VALORANT brasileiro, que está atuando pela Sentinels.

O nosso careca preferido contou um pouco sobre o que ele está esperando do ano de 2024, depois da campanha negativa em 2023. Além disso, o jogador abordou alguns assuntos sobre como lidar com os problemas do time, meta atual e muito mais. Confira com detalhes logo abaixo:

“Desde que acabou o Champions, na temporada oficial do VCT, a gente não parou de treinar”.

Equipe da Sentinels, campeão do AfreecaTV, campeonato offseason do VALORANT, que aconteceu na Coréia do Sul
Equipe da Sentinels, campeão do AfreecaTV, campeonato offseason do VALORANT, que aconteceu na Coréia do Sul – Fonte: Divulgação

Como falamos logo na introdução, o ano da Sentinels, em 2023, não foi um dos melhores. Eles fizeram grandes mudanças, trocas de pessoal e outros problemas. Claro que isso acaba trazendo um impacto na rotina e no estilo de jogar. Então, o sacy comentou sobre as suas expectativas para o seu novo ano e o da sua equipes, para esse 2024 e o Kickoff, que está chegando:

“Em relação ao ano passado, acredito que foi o ano que teve mais mudança, falando assim para gente da Sentinels. Desde que acabou o Champions, na temporada oficial do VCT, a gente não parou de treinar. Nós continuamos testando as coisas e continuamos jogando os campeonato durante a offseason. Até que, recentemente, a gente saiu com a vitória no último campeonato que jogamos, que foi na Coreia, o AfreecaTV.

E assim, sinceramente, eu espero muita coisa da gente. Eu acho que nós estamos bem confiantes para a temporada. Nós estamos treinando desde cedo, antes mesmo dos times começaram a treinar. Também teve todas as mudanças que aconteceram nos times e isso acaba trazendo um problema de sincronia. Nós também trocamos algumas coisas, mas eu sinto que estamos mais preparados.

O fato de estar jogando muitos campeonatos na offseason pode ser uma faca de dois gumes. De um lado, a equipe consegue criar uma sincronia muito boa, entendo pontos que devem melhorar e alinhando as estratégias dentro do jogo. Contudo, é um material riquíssimo para os oponentes. É uma forma muito clara de mostrar o estilo de jogo, acabando com toda a surpresa. Sacy comentou um pouco sobre esse fato, que pode ser que aconteça com a Sentinels:

Então, é claro que as pessoas vão olhar os nossos campeonatos e vão identificar como a gente jogou durante essa offseason. Porém, sinceramente, O VALORANT muda demais. Agora mesmo, nós tivemos muitas mudanças com esse último patch, principalmente em relação a Skye. Por conta disso, muita coisa nova pode surgir. Se é difícil para nós entendermos o nosso jogo devido às mudanças, imagina para os outros times?

Quando as equipes olharem para a gente, vai ser difícil esperar o mesmo que a gente já apresentou. Por isso que eu acho que a gente só vai descobrir mesmo, o que os times estão fazendo, quando o campeonato começar. A nossa prioridade nessa offseason, não foi pensando em tática, mas sim pensando mais na sinergia, entrosamento, em como é que o time se identifica durante a pressão durante um campeonato. E eu acho que essa preparação foi fundamental para nós, para que a gente consiga se sentir mais confiante para a temporada.

O Sacy é uma personalidade muito importante para o cenário de VALORANT mundial. Além de ter um perfil forte, com uma experiência consolidada no mundo dos Esports, seu carisma é único, juntamente de todo o talento. Porém, com isso, algumas coisas acabam sendo atribuídas a ele, mesmo que de forma bem errônea.

Por exemplo, nessa offseason, a Sentinels acabou optando em focar a participação do Zellsis como jogador principal, deixando o pANcada no banco. Isso acabou deixando a comunidade fervorosa, jogando a culpa em cima do Sacy. Querendo ou não, esse tipo de atitude pode impactar o ritmo e até o mental do jogador. Sacy comentou um pouco sobre esse impacto e cobranças pela torcida:

Eu acho que as pessoas de fora, principalmente pelo que eu já fiz também no cenário brasileiro, me veem como um âncora. Tipo, como é que eu posso explicar isso? É como se as coisas fossem todas nas minhas costas, só que não é bem assim. Eu acho que tudo que aconteceu e até o que acontece com a Sentinels, essas mudanças, eu dou apenas a minha opinião.

Contudo, a decisão nunca parte de mim. Acredito que as pessoas esperam que a decisão final venha de mim, pela minha característica, por quem eu sou mesmo, mas eu simplesmente tenho a consciência de que não. Lógico que eu tô bem experiente, em relação a isso, no fato de que as coisas que estão fora do meu controle e não há o que eu possa fazer.

Então, acho que eu tenho que continuar trabalhando, continuar jogando e continuar com a positividade. Porque são coisas que é como eu falei. Acontecem coisas que estão fora do meu controle e também está tudo bem. Não temos tempo para lamentar, então é sempre pensando no próximo passo.

A Sentinels caiu no famoso ‘grupo da morte’ do VCT Américas Kickoff, que tem times como a Leviatán, LOUD, Sentinels e 100Thieves. Além disso, o primeiro confronto do Sacy é contra a LOUD, sua antiga equipe, e contra dois jogadores que participaram do título mundial junto a ele. Querendo ou não, isso acaba criando uma rivalidade, principalmente por parte da comunidade. Tendo isso em vista, Sacy comentou como estão as expectativas de jogar contra a LOUD, logo na estreia do campeonato:

Independente se fosse a LOUD ou não, nesse campeonato, o VCT Américas Kickoff, a gente não conhece os times ainda muito bem. Tipo, não sabemos como é que a LOUD está jogando atualmente. Como mesmo você falou, eles também tiveram mudanças. E quando a gente vai para um campeonato nesse estilo, que é um campeonato que já vem com eliminação, nós acabamos indo mais focados em nós mesmo, do que no outro time. Principalmente quando é o primeiro jogo.

Porém, falando sobre a rivalidade e sobre a expectativa, posso falar que a gente está confiante. Eu sei que a LOUD é um time forte. Eles pegaram top 3 na Champions e também foram os melhores das Américas no ano passado. Agora, sobre estar enfrentando o meu antigo time, é algo mais complexo.

Eu acho que, sendo bem sincero mesmo, não é uma coisa que fica na minha cabeça. Eu respeito eles muito mesmo, óbvio. Tem o saadhak e o Less ali, são duas pessoas que estava comigo e conquistamos muita coisa. Agora, baseado nesse confronto, eu estou mais focado em nós mesmos, do que o time inimigo.”


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Sacy durante sua partida pelo VCT Américas Last Chance
Sacy durante sua partida pelo VCT Américas Last Chance – Fonte: Photo by Colin Young-Wolff/Riot Games

O VALORANT sempre está mudando, com mapas rotacionando, agentes sofrendo modificações. Claro que isso traz vários impactos, seja durante as partidas e até mesmo na hora de assistir um campeonato. Não dizendo que isso é algo ruim, pelo contrário. A Riot é famosa por gostar de fazer modificações, no intuito de deixar o seu jogo mais fluido. Para entender mais dessas mudanças, Sacy comentou o que está acontecendo com o jogo no momento:

Eu acho que o VALORANT está indo para um caminho, onde que eles estão nerfando muito os agentes de informação. O Sova já foi muito nerfado, a própria Fade já foi muito nerfada e estava faltando o nerf na Skye. O que acabou chegando agora. Então, se o jogo ele vai para esse caminho, isso quer dizer que, estrategicamente falando, o jogo fica um pouco mais fraco.

Porque, para dar para limpar a posição, para fazer um default, um padrãozinho ali que você controla a visão, acaba que tudo fica mais difícil. Com isso, o jogo então acaba ficando um pouco mais de aposta, uma aposta em que lado do mapa um time vai executar. E, por conta disso, o jogo vai acabar ficando mais rápido.

Eu não enxergo a Outlaw como algo tão estrondoso. Ela é uma arma nova, tem seu uso, dá para usar bastante, principalmente em táticas anti econômicas. Contudo, é uma arma que eu só vejo um time usando, por no máximo, dois a três rounds, no máximo, depois disso, os times vão acabar nem comprando mais.

Agora, o que mais vai impactar o meta atual, na minha opinião, vai ser essa mudança Skye. A agente provou que é muito necessária, principalmente para usar como uma Iniciadora solo. Isso vai acabar abrindo um leque novo. No passado tivemos esse meta dois Iniciadores na mesma composição.

Acredito que isso vai ser bem necessário para os times, principalmente quando pensamos no ponto que eu disse antes, no momento de coletar informações. Os times precisam dos agentes trabalhando no mapa e os Iniciadores que fornecem as ferramentas necessárias para tal ação. Caso contrário, o jogo vai ficar muito mais rushado, com os times apostando em execuções arriscadas e rápidas, com os rounds acabando em instantes.”

Quando foi anunciado o VCT Américas, muitas pessoas ficaram se questionando sobre a adaptação dos jogadores na nova rotina. Em 2023, os jogadores sempre reforçaram as dificuldades de estarem vivendo nos EUA. Além da saudade de casa e familiares, tem a barreira de idioma e costumes.

Agora, depois de mais um ano vivendo na nova rotina, muita coisa mudou. Por exemplo, na vida do Sacy, ele está morando com a sua esposa, vivendo uma vida mais estável nos EUA. Contudo, a saudades de casa é algo real e forte e o jogador comentou a sua percepção, após esse tempo todo vivendo nos EUA:

Eu posso dizer que eu estou mais adaptado. É uma rotina diferente do que eu costumava ter. Hoje em dia, eu não tenho mais esse sentimento de solidão, como eu tive no primeiro e segundo mês. Acredito que eu e os outros jogadores estamos bem mais conectados. Eu tô bem mais conectado com o meu time em si também.

Contudo, para nós que somos do Brasil, nós acabamos ficando muito em Los Angeles e isso acaba criando um gap mental, em relação aos outros jogadores dos EUA. Eles estão perto da casa deles, não estão tão longe da família. É muito diferente. Eu, por exemplo, sou casado, tenho cachorro, tenho gato e ainda tenho uma família no Brasil. Então, a saudade sempre bate.

Porém, nesses momentos, eu sempre penso que eu tô aqui por eles também. Então, eu acho que não importa quanto tempo eu ficar aqui. Essa diferença vai sempre existir. E ainda acredito que seja a mesma coisa para os outros brasileiros também.”

Para finalizar, temos muitas equipes mudando coisas internamente, para o ano de 2024. Dos 11 times, acabam que alguns recebem mais destaque, seja por apresentar táticas mais sólidas ou possuir um fator surpresa forte. Sacy, sem colocar ordem, citou três organizações que, na sua opinião, podem surpreender neste ano de 2024 e no VCT Américas Kickoff:

“Na minha cabeça, os três times que mais vão surpreender, excluindo a gente da Sentinels, vão ser a LOUD, Leviatán e NRG. São equipes que possuem jogadores ótimos e tem total capacidade de garantir o título no fim do campeonato.”