As equipes brasileiras, MIBR, FURIA e LOUD, chegaram a marca de 9 derrotas somadas. Todas as três equipes se encontram com um placar de 0-3, apresentando diversos problemas. Tal situação deixou toda a comunidade brasileira se questionando e buscando entender o que está acontecendo. Vamos passar por um resumo de cada equipe, com os seus últimos resultados e principais problemas.
MIBR – Leões de treino?

A equipe da MIBR foi uma das grandes promessas para o VCT Américas. Durante o Kickoff, eles conseguiram bons resultados e ficaram bem perto de se classificar para os playoffs. Depois de terem sido eliminados, a equipe teve uma pausa, conseguindo pensar um pouco nas táticas e estreitar o entrosamento do time, que havia passado por mudanças no início do ano.
Contudo, desde o começo do VCT Américas, eles se encontraram em algumas situações complicadas, perdendo todos os jogos, sem conseguir vencer nenhum mapa. Alguns podem defender a equipe, dizendo que eles enfrentaram os times mais fortes, KRÜ Esports, Sentinels e a NRG. Contudo, os resultados são bem desastrosos.
Sua partida de estreia, contra a KRÜ Esports, foi um momento delicado. Eles estavam enfrentando um antigo companheiro de equipe, que foi posto no banco pelo time, o heat. O antigo duelista, agora iniciador, agora faz parte da KRÜ Esports, substituindo o mta, por conta de uma lesão no pulso.
Ou seja, de um lado a MIBR estava querendo se provar superior, enquanto a KRÜ buscava uma redenção, com o heat na luta de se provar um jogador digno de franquia. O resultado final foi um placar de 2-0, com a MIBR tendo muitos problemas na defesa. Além disso, foi dito pelos jogadores que era a estreia e os problemas iriam ser corrigidos no decorrer do campeonato.
Em seguida, já na super semana, eles jogaram contra a Sentinels e a NRG, em duas partidas complicadas. Contra a Sentinels vimos eles perdendo de 13-3 e 13-7, dois placares bem unilaterais. Logo em seguida, contra a NRG, eles perderam de 13-9 e 13-3, ainda com problemas no lado de defesa.
O que está acontecendo com a MIBR?
Um dos principais pontos no que está acontecendo com a MIBR é que parece que eles possuem uma falta de sincronia grande. Os jogadores pareciam estar jogando de forma individual, esquecendo um pouco da parte tática. Contudo, ao conversar com o bzkA, na estreia da equipe, foi possível entender alguns pontos.
De acordo com o treinador, eles estavam conseguindo jogar bem, mas estavam sofrendo nas finalizações dos rounds. Além disso, os jogadores estavam com uma falta de sincronia, mostrando como eles não estavam na mesma página. Outro ponto era que eles estavam passando por um processo de expansão grande.
Eles estavam buscando aprimorar a gama de agentes e mapas jogados, tentando ampliar as possibilidades. Isso acaba criando uma situação de aprendizado, onde algumas táticas ainda não estão 100% masterizadas. Para ajudar, o meta mudou drasticamente, trazendo alguns agentes que não eram tão utilizados, como o Gekko.
Ou seja, o que falta para a equipe é conseguir compreender o que estão fazendo, se unir e aplicar os treinos dentro do servidor. Contudo, o campeonato está acabando e eles precisam se ajustar. O simples fato de não terem ganho um mapa, acaba deixando a equipe numa situação complicada, não apenas de classificação, mas também por conta do mental.
FURIA – Problemas e mais problemas

Agora se tem um time que aparenta estar em uma situação complicada e sem muita esperança, ela é a FURIA. Depois de um Kickoff complicado, eles resolveram apostar em um velho nome do cenário de VALORANT e bem conhecido pelos torcedores da Pantera, o nzr. O jogador que estava na Leviatán, voltou para a sua antiga equipe e tinha em mãos um complicado trabalho.
Ao contrário da MIBR, a FURIA chegou a fazer um mapa durante a competição. Contudo, foi apenas esse mapa feito, dos demais jogados e perdidos por 2-0. O maior problema da FURIA, que é confirmado pelos jogadores, é na defesa. De acordo com eles mesmos, existe um problema notável nesse lado, fazendo com que as decisões fossem muito lentas e desconexas.
A grande estreia da equipe foi contra a KRÜ, onde a equipe brasileira conseguiu vencer um mapa, ao menos. Contudo, esse mapa ganho aconteceu ainda em uma situação complicada, onde a FURIA estava na frente, por 8-4 e o mapa fechou em um 13-11. No fim, eles perderam de 13-7, em ambos os mapas, estreando com derrota no VCT Américas.
Nos dois próximos jogos, eles enfrentaram a NRG e a G2 Esports, duas equipes bem diferentes, sendo a NRG uma grande favorita, enquanto a G2 uma novata, vindo do Ascension. Ambas as derrotas mostraram muito da fragilidade do time e do tamanho da sua fraqueza na defesa. Contra a NRG, eles perderam de 13-2 e 13-8, com apenas 4 rounds ganhos no lado de defesa. Agora, contra a G2, a situação foi bem pior, com um placar de 13-3 em ambos os mapas.
A defesa é o problema real?
A fala que a defesa está com problemas, que está tendo problemas de rotação e muito mais, foi muito dita pelos jogadores. Porém, ela não mostra o tamanho real do que está acontecendo com o time. Ao longo das semanas, foi possível ver que a equipe estava piorando, até chegar nos últimos resultados desastrosos.
Logo na semana de estreia, um vídeo dos bastidores da FURIA popularizou demais. Principalmente por conta da revolta do novo capitão da equipe, o nzr. Como pode ser visto abaixo, o jogador estava muito revoltado com o time. Falando que eles seguem cometendo os mesmos erros e parece que não queriam jogar.
Para deixar a situação ainda mais complicada, em um vídeo de react, o caster da Riot Games Brasil, Nyang, pontuou algumas situações da FURIA. De acordo com o vídeo, em um Reddit, o antigo General Manager da equipe, o FrosT, a equipe está com os mesmos problemas desde quando ele entrou no time. Para ajudar, ninguém parecia se esforçar em mudar e tudo virou uma grande bola de neve.
Ou seja, o problema é muito mais complexo que apenas uma defesa mal trabalhada. A equipe não está se encontrando e muitos problemas não estão sendo resolvidos. De acordo com algumas fontes, a equipe anda estudando a contratação de dois jogadores sólidos, para tentar reerguer o time. Esses nomes seriam o de pANcada, o antigo campeão mundial e que se encontra sem time e o de xand, antigo jogador da FURIA.
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LOUD – A decadência dos campeões

Nem a LOUD escapa da maré de azar brasileira. Os antigos campeões das Américas estão com alguns problemas também dentro dos servidores. Contudo, pelo que se pode observar, eles passam por uma situação um pouco diferente das outras equipes brasileiras. O resultado de 0-3 mostra um sinal forte, mas é um pouco mais “simples” de resolver a curto prazo.
Depois dos problemas com os vistos, a equipe brasileira estreou no VCT Américas sem ter a chance de treinar. E, para ajudar, eles estavam passando por um momento de reestruturação e adaptação, mudando um pouco as funções dentro do jogo. Ou seja, o que era necessário tempo, acabou não tendo e os problemas começaram a ficar mais explícitos.
Na estreia, que foi contra a NRG, eles tiveram um mapa bom, que terminou em um placar de 13-10. Porém, tudo desabou no segundo mapa, que terminou em um 13-2 bem amargo. Em seguida, eles jogaram contra a Cloud9, onde conseguiram ganhar um mapa, mas com um placar bem apertado, de 13-11. As derrotas foram de 13-4 e 13-9, deixando os torcedores ainda mais apreensivos.
Agora, mais recentemente, eles enfrentaram a KRÜ Esports, uma equipe que anda surpreendendo bastante, com um estilo de jogo bem agressivo. A LOUD apresentou uma nova dinâmica, tirando um pouco das responsabilidades fora do jogo do saadhak e entregando para os coachs. Além disso, o cauanzin iria assumir uma função de ‘second caller’, ajudando na comunicação. Contudo, no fim, a derrota veio certeira, com placares de 13-8 em ambos os mapas.
Muita tática e pouca agressividade?
Uma coisa que pode ser vista na equipe da LOUD é que eles possuem uma tática bem estruturada. Contudo, o atual meta, que é um pouco mais caótico e agressivo, acaba deixando de lado as táticas. Isso é muito perceptível na equipe Verduxa, pois grande parte dos rounds perdidos são nos avanços e domínios rápidos.
Less, durante uma entrevista, disse que ele sente que eles estão dando pouco a cara. Precisam se expor mais nas lutas, conseguindo mais abates e ficando menos na defesa. Além disso, ele enfatizou que sente que os treinos são muito positivos, mas que falta um pouco mais daquele espírito de ranked.

Outro ponto importante para ressaltar é que a equipe está passando por um momento de aprendizado. Existe uma teoria, chamada de ‘Efeito Dunning-Kruger’ onde ela tenta explicar os momentos dos nossos aprendizados. De acordo com a imagem acima, nós passamos por alguns momentos quando estamos aprendendo algo novo.
No início, sentimos que sabemos de tudo, com a confiança extremamente elevada. Contudo, à medida que vamos aprendendo mais, notamos que menos sabemos e a nossa confiança decai demais. Até que, em um certo ponto, retomamos a confiança, juntamente do aprendizado mais masterizado.
Pelo que se pode observar, a LOUD passa exatamente nesse ponto, onde eles estão treinando coisas novas e parece que nada dá certo. Ou seja, é algo momentâneo. Por mais que a comunidade busque culpar alguém, a realidade é muito diferente. Igual muitos dizem, um jogador consegue carregar 4, mas são raros os casos que um afunda todos os demais. Mesma que a performance de alguém possa estar deixando a desejar, a equipe está passando por um momento crucial de aprendizado.
Próximos jogos do VCT Américas
Estamos chegando na fase final do VCT Américas, restando apenas mais duas rodadas. As equipes brasileiras possuem apenas dois jogos para tentar se reerguer e buscarem uma vaga nos playoffs. Nenhum jogo será fácil e muito deverá ser mostrado, para sanar as dúvidas em cima de cada uma. Confira os próximos confrontos:
Sábado (27)
- G2 Esports x MIBR – 17h
- Sentinels x LOUD – 21h
Domingo (28)
- Cloud9 x FURIA – 17h
- NRG x Evil Geniuses – 21h
Segunda (29)
- KRÜ Esports x 100 Thieves – 17h