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A equipe da FURIA tem peças que complementam uma à outra e isso não é restrito apenas para os cinco jogadores. O corpo técnico, com Carlão e FrosT agregam muito ao time, mas além deles, kon4n, contratado como sexto jogador, vem sendo alvo de elogios. O jogador vem trazendo ao time um clima muito bom, foram todo apoio aos jogadores. Para entender mais sobre o seu trabalho, conversamos com exclusividade com o jogador. Para saber mais, confira logo abaixo:

“Em pouco tempo parecia que eu conhecia eles há anos”

kon4n quando ele jogava pela TBK Esports, no VCT BR
kon4n quando ele jogava pela TBK Esports, no VCT BR – Fonte: Reprodução/VALORANT Esports Brasil Flickr

Quando foi anunciada a line da FURIA, para o ano de 2023, um dos questionamentos era como ficaria com a exigência de um jogador reserva. Enquanto alguns times apostaram em contratar um jogador talentoso, outros buscaram alguma peça que pudesse ser sólida e flexível.

Na FURIA, o caso foi buscar um misto das duas coisas. Kon4n, conhecido por suas performances com a TBK Esports, foi anunciado como o sexto jogador da equipe. Com o passar das semanas, no VCT Américas, foi possível ver o jogador atuando mais como um apoio técnico, do que um substituto.

Inclusive, khalil, um dos jogadores da FURIA, disse em uma entrevista exclusiva – que você pode conferir aqui – a importância de kon4n. O próprio contou como está sendo a sua permanência com o time e a sua função dentro dele:

Acho que o começo foi um pouco estranho, mas, aos poucos, eu fui me encontrando com a equipe. Eu vi onde eu poderia somar, o que eu poderia fazer para a galera, para que eles pudessem se sentir bem comigo. Até porque, para eles, era uma novidade e algo estranho. Agora, já está sendo muito mais tranquilo, em todos os aspectos.

Estou conseguindo ajudar mais o time todo, mas acabo conversando mais com o mazin. Nós dois sentamos juntos e começamos a pensar nas coisas, estruturar algumas ideias, tentar certas estratégias. Eu também converso muito com o Carlão, tentando entender onde posso ajudar, com cada um dos jogadores.

Eu acho que eu tenho uma percepção um pouco diferente do jogo. Acredito que, por ter tido uma experiência como jogador, me ajuda a perceber algumas coisas dentro do time. Às vezes, alguém não consegue passar direito o que está atrapalhando ele ou o motivo de alguma estratégia ter dado errado. Eu vou lá e consigo repassar isso.

Gosto de deixar o clima do time lá no alto. Eu sou meio bobo, gosto de brincar e ficamos fazendo gracinha um com o outro. Então, querendo ou não, acabo ajudando muito no clima do time. Porém, em tudo que eles precisam, eu vou estar ao lado deles. è bem comum algum jogador me chamar, perguntando alguma coisa e vou lá e ajudo ele.

Durante o período que o Carlão não estava aqui, acabei ajudando muito dentro da área de coaching. Eu buscava entender o que o FrosT passava, alinhava com o mazin e o Carlão e ajudava no repasse do time. Inclusive, em algumas pausas, eu conversava com os meninos, relembrando o que deveríamos fazer ou passar alguma leitura.

Como um sexto jogador, é necessário estar praticando e se manter na ativa. Os treinos, partidas ranqueadas e jogar no VCT Américas são meios de estar aquecido e preparado para o que der e vier. Contudo, quando existem jogadores reservas, fica um certo problema – como encaixar ele dentro da rotina dos times, sem atrapalhar todo o funcionamento do time?

No início do VCT Américas, foi de conhecimento público, que o kon4n estava participando de treinos. Contudo, com o passar das semanas, ele começou atuar mais como um conselheiro ou até mesmo um técnico auxiliar. O jogador contou sobre estar treinando ou se manter aquecido para o jogo.

Hoje em dia, eu não estou participando mais de treinos. Já joguei algumas vezes, lá no começo, mas depois fomos acertando algumas coisas. Porém, quem acha que eu não estou ativo, está muito enganado. Estou jogando partidas ranqueadas, sem parar, sempre pegando um elo bem alto.

Eu já estou com mais de 250 partidas ranqueadas aqui no NA, um ritmo que eu sempre busquei ter lá no Brasil. Não vou deixar a minha mira esfriar, posso não ter o ritmo de time, mas na questão mecânica, estou sempre preparado. Porém, o meu foco com o time no momento, é cuidar dos jogadores e manter o clima.

Estou sempre com o time, fazendo revisão de VOD’s, discussões de táticas e tudo mais. Ainda assim, com essa nova rotina de apoio, eu mantenho o meu ritmo. Tenho o costume de acordar bem cedo e dormir bem tarde, sempre estou jogando uma partida ou vendo algum jogo.

Toda a equipe da FURIA, na sua partida contra a 100 Thieves, no VCT Américas
Toda a equipe da FURIA, na sua partida contra a 100 Thieves, no VCT Américas – Fonte: Reprodução/VCT Americas Flickr

Não é de hoje que os jogadores desejam morar fora e seguir a vida de pro player no mais alto nível. E claro que, com isso, algumas dificuldades aparecem. A grande delas é ter a oportunidade, que não é nada fácil. O kon4n foi um dos poucos jogadores que conseguiu isso e vem vivendo o sonho.

Ainda é difícil de acreditar que estou aqui nos EUA. Tipo, sempre foi o meu sonho poder jogar no mais alto nível e estou realizando isso. Eu ainda tenho outros objetivos em mente e não vou parar de buscá-los. Um deles é conseguir vencer o campeonato com o meu time. Quero ajudar os meninos a levantarem o troféu.

Eu estou vivendo um sonho aqui, mas não posso me conformar. Ainda tenho e temos muita coisa para conquistar e estou nesse foco. O VCT Américas é um ponto inicial e vou ajudar a FURIA chegar cada vez mais longe.

Entrar em um time novo gera alguns problemas de entrosamento. A FURIA é um time que vem fazendo poucas mudanças na sua composição. Para se ter comparação, a dupla khalil e qck estão juntos desde a formação do time. As últimas mudanças foram a entrada do iniciador mwzera e do reserva kon4n. O jogador contou como foi essa fase de relacionamento inicial e as suas dificuldades.

Realmente foi bem tranquila a adaptação. Eu tive e ainda tenho uma amizade bem forte com os meninos da TBK. A gente sempre foi bem unido e mantemos contato até hoje. No começo, aqui com a FURIA, rolou aquele momento da gente se adaptar, até porque eu era um cara novo.

Eu já conhecia alguns dos jogadores, como o qck, khalil e até mesmo o Carlão, por conta do VCT BR. O mwzera e o dgzin eu tinha menos contato, mas ainda assim a gente já tinha conversado, uma vez ou outra. Acho que, em duas semanas, essa fase de entrosamento já tinha passado.

Foi como um passe de mágica, a gente foi se enturmando, se conhecendo e em pouco tempo parecia que eu conhecia eles há anos. Eles já eram muito amigos e acabei embarcando nessa. Eu fui abraçado por toda a FURIA, que facilitou bastante isso. Como eu falei antes, eu tento deixar o clima lá no alto e isso dá bem certo com o time.

Por exemplo, acaba o treino, nós vamos comer alguma coisa e está todo mundo rindo e brincando. Depois dos jogos, estamos sempre unidos, alinhando ideias, dando ótimas risadas. Esta sendo muito bom poder viver isso com eles. A transição de times foi muito tranquila e eles me abraçaram demais aqui dentro.

Todos os jogadores da FURIA, durante apresentação no palco do VCT Américas
Todos os jogadores da FURIA, durante apresentação no palco do VCT Américas – Fonte: Reprodução/VCT Americas Flickr

Carlão comentou em uma entrevista exclusiva, que o time vem trabalhando a sua adaptação entre as rodadas. Em cada semana, novas composições, táticas, estilos de jogar, vêm sendo mostrados. Agora, uma dúvida que ficou é se o kon4n tem algum tipo de participação nessas tomadas de decisão:

Eu acho que essa adaptação é extremamente importante. Nós temos jogos toda semana, que acaba criando muito material sobre o que fazemos. Além disso, os outros times mudam também, então porque não mudar? Nós observamos os nossos VOD’s, analisamos o que precisamos fazer e nos adaptamos.

Isso é muito bom, porque temos o potencial de surpreender os nossos adversários. Tipo, eles vão ter que adivinhar, pelo jogo, o que iremos fazer ou que vamos executar e isso causa bastante confusão. Mudamos desde a nossa composição até pequenas táticas dentro de um mapa.

E tudo isso acontece de uma forma bem natural e divertida. Eu e o mazin conversamos muito, vemos algumas coisas que podemos mudar. É bem engraçado, porque sempre ficamos dando risadas das nossas táticas. Por outro lado, o time aceita muito bem, mostrando uma confiança grande.

Nós pegamos umas coisas bem loucas, vindas de uns jogos bem aleatórios, tipo uma composição louca, do tier 3 do Japão. Nós analisamos, estudamos como podemos adaptar e damos a cara a tapa. Se deu certo, ótimo e se der errado, tudo bem. Esse tipo de abertura, por parte do time, acaba tornando as coisas muito mais fáceis.

Sempre as pessoas vem a mim, perguntando algumas coisas, pedindo a minha opinião ou apoio. Isso é muito legal, porque mostra quanto eles me respeitam. Também, quando eu vejo algo, a gente discute, tentando entender os motivos daquilo e a sua utilidade, mostrando os motivos da escolha.

A equipe da FURIA não está conseguindo encontrar os seus resultados. Algumas tomadas de decisões parecem ser equivocadas ou feitas sem muita sincronia. Isso acabou acarretando em algumas derrotas. Claro que, com isso, algumas questões foram levantadas, principalmente sobre o que deve ser mudado. Por estar participando de algumas tomadas, kon4n comentou sobre o que ele acha dessas derrotas:

Acho que precisamos ter mais atenção nos detalhes dos rounds, principalmente no fim deles. No jogo contra a NRG, tivemos uma série de erros na execução. Nos rounds econômicos, acabamos pecando muito, dando uma vantagem grande para os nossos adversários. Tudo isso pode ser corrigido e melhorado para o futuro.

O campeonato ainda não acabou e poucas coisas foram definidas. Assim que corrigirmos um detalhe aqui e outro ali, vamos voltar melhor. Outro fator que precisamos corrigir é a afobação na hora da vantagem. A comunicação acaba ficando mais poluída e o nosso jogo desanda.