
A FURIA estreou no VCT Américas, trazendo uma nova mudança, mas que acabou impactando toda a sua base. Após esse jogo, que resultou em uma derrota, de 2-1 contra a KRÜ Esports. Para entender mais sobre a partida, mudanças e muito mais, conversamos com o mwzera. Para conferir todos os detalhes, acesse abaixo.
“Eu posso afirmar que ele é um líder nato”
Antes de tudo, gostaria de saber um pouco mais sobre essa série. Vocês trouxeram o nzr, que é um nome muito forte no cenário. Isso acabou trazendo muitas expectativas para essa estreia de vocês. O que foi que aconteceu nessa partida? Vocês sofreram um apagão?
“Então, eu acho que a gente deu uma apagada, principalmente no final da Breeze. Nós estávamos bem, conseguindo ganhar a Icebox. Nessa Breeze, tivemos uma primeira metade de ataque até que boa, mas apagamos totalmente na defesa. Não conseguimos em nenhum round armado.
Sofremos um snowball muito grande e falhamos em conseguir nos adaptar ao o que estava sendo feito. Sinto que conseguimos jogar bem, mas esse apagão foi muito forte para o time. Além disso, tivemos problemas na Lotus. Demoramos muito para encaixar o jogo e o placar só foi alargando. Posso dizer que o nosso maior problema, nos três mapas, foi durante a defesa.”
Uma dúvida que a comunidade do VALORANT estava tendo, era sobre a volta do nzr. Ele é um jogador e capitão muito bom, desde a época na qual ele esteve na FURIA. Sempre tiveram diversos elogios sobre a forma dele de trabalhar e encaixar as táticas. Porém, eu queria saber de você, o quanto ele acrescentou para a equipe, com essa volta?
“O nzr é um cara muito experiente. Ele tem passagem em muitos times bons, com lines bem diferentes. Além disso, ele está no cenário desde o começo, sempre jogando em alto nível. Então, o nzr acaba trazendo consigo muito conhecimento, que agrega muito ao time. Eu posso afirmar que ele é um líder nato. Sempre busca nos ajudar no processo de evolução.”
Claro que quando um jogador chega ao time, ele sempre traz coisas novas. Mesmo o nzr tendo uma passagem longa na FURIA, vocês mesmo são um time novo. O quanto a equipe mudou desde a chegada dele? Você sente que vocês mudaram muito, principalmente no quesito tática?
“Querendo ou não, ele é um jogador novo, que tem as ideias dele. Então ele passa pra nós bastante do que ele pensa sobre o jogo. Além disso, mudamos muito as nossas funções. Quem era o nosso IGL era o kon4n, que tinha um outro estilo de trabalho. Nós tínhamos uma ideia de como jogar e ele chegou para apresentar novos ares.
A gente confia muito no nosso manito. Então não temos nenhum problema de aceitação do que é passado. Hoje realmente foi um dia bem atípico. Nós tivemos muitos problemas na nossa defesa, em todos os três mapas. Isso acaba dando uma impressão errada sobre a nossa performance.”

Claro que, com a chegada do nzr, vocês tiveram que passar por mudanças no time. Além de trocar os IGL’s, outras funções precisaram ser adaptadas. Quais foram as diferenças? Como foi esse processo de mudança?
“Nós tivemos que adaptar algumas funções. Tanto o havoc, como o kon4n tiveram que mudar bastante. Como o nzr é um iniciador, tivemos que rever as nossas opções. O havoc agora está focado em jogar de Kay/O, que ainda é um iniciador do jeito que ele gosta. Já o kon4n passou a jogar mais com a Viper. Dessa forma, liberamos o Sova para o nzr, que é o agente assinatura dele. Claro que isso sempre vai depender do mapa e composição, mas é mais ou menos isso.”
Como você falou anteriormente, nesta série vocês tiveram um apagão, mas conseguiram ter uma evolução. Em uma questão de evolução, considerando a estreia de vocês no Kickoff, como você avalia a FURIA atual? Você pode dizer que estão em nível de disputar um bom VCT Américas e possivelmente um Masters?
“Acredito que temos potencial para disputar em alto nível. Nós sempre temos que estar confiantes, antes de tudo, né?! Temos muito tempo para evoluir durante o campeonato. Mesmo com uma estreia com derrota, ainda podemos entender os nossos erros e buscar melhores jogos. O VCT não acabou só por conta de uma derrota.
Nós tivemos um bom jogo, ainda mais comparado com o nosso início de ano. Igual eu falei, sinto que foi um apagão e conseguimos corrigir bem esses erros. Estamos bem frustrados com essa estreia e acredito que isso vai servir de combustível para uma evolução.”
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Durante o segundo mapa, que foi a Icebox, vimos vocês jogando com uma composição bem diferente. Isso é um belo reflexo do meta atual do VALORANT. Estamos vendo muitos times arriscando novos agentes, outros modos de jogar. O que você está achando desse meta? Você e a FURIA se sentem mais confortáveis com esse novo meta?
“Eu acho que pelo fato da Jett e da Raze terem tomado uma série de nerfs, desde o ano passado, a galera está tentando arriscar mais. Além disso, teve uma outra série de nerfs, em outros agentes, como foi com a Skye, que era uma agente extremamente presente. Então, eu acho que o VALORANT chegou em um momento que dá para arriscar mais coisas, criar novos estilos de jogos.
Inclusive, a KRÜ também estava com uma composição diferente na Icebox. Então, eu acho que essa é a nova tendência, ter coisas diferentes. Muitos agentes que estavam fortes no passado, acabaram perdendo muita prioridade e abrindo margem para novas opções. Com isso, os times vão se arriscar mais e eu gosto bem mais desse modo de jogar.”
Aproveitando que o assunto é o meta, estamos vendo a chegada da Clove. Sua chegada está sendo muito comentada e aguardada. Enquanto uns dizem que ela vai ser muito forte, outros comentam que ela não vai ter tanta viabilidade competitiva. O que você acha dela? Acredita que podemos ver ela aparecendo nas partidas, com certa frequência?
“Eu acho que ela vai ser uma agente situacional, entrando em apenas alguns mapas. Acho que as habilidades dela são legais, mas vai ter que ser uma agente mais agressiva, diferente do que é de costume dos controladores. Além disso, ela é uma das poucas agentes que possui uma smoke com cooldown.
Dependendo da forma que o time for usar, podem surgir algumas táticas bem interessantes. Contudo, ainda temos outros operadores muito mais fortes e presentes. Por exemplo, o Omen é muito forte, não apenas por conta da sua smoke, mas sua Cegueira é muito poderosa. Acaba entrando no assunto anterior, onde os times vão ter liberdade para arriscar mais e apostar em coisas diferentes.”

Falando sobre os controladores, essa é uma das poucas funções que houve uma mudança muito forte. Há muito tempo vemos os mesmos operadores dominando, como o Omen e a Viper. Você sente que, em algum momento, veremos uma mudança drástica nos controladores?
“Com toda certeza. Isso é algo que a Riot Games faz com muita frequência. Eles não gostam de deixar o jogo muito monótono. Se o jogo continuar o mesmo, com os mesmos operadores ou controladores, em breve veremos alguma coisa mudando. Por exemplo, a Jett era e ainda é muito presente, mas ela sofreu vários nerfs e agora está dando abertura para outros operadores aparecerem.
A Viper mesmo segue esse caso. Ela está sendo usada como controladora e sentinela, tendo uma presença muito grande, mesmo com os muitos nerfs. Então, eu acredito que ela vai ter alguma mudança ou que algum outro controlador vai ser bufado, dando mais chances para essa mudança.”
Vocês vão ter um jogo complicado na próxima rodada, que vai ser contra a NRG. Eles são um time bem forte e eles podem surpreender bastante. Inclusive, no jogo deles, contra a LOUD, eles conseguiram fazer dois mapas muito fortes. O que é que você espera desse confronto? O que você acha que vai ser o principal ponto, no qual vocês devem ter atenção na equipe ou no modo deles de jogar?
“Nós sabemos que o time deles é muito bom. Eles possuem jogadores campeões mundiais ou que ganharam algum Masters. Por conta disso, posso dizer que eles são bem experientes. Temos que tomar muito cuidado, porque, por mais que pudemos conseguir um jogo, temos que ficar atentos. Eles não se deixam abalar por nada e podem surpreender demais, em qualquer momento.
Agora, dentro de jogo, eles jogam de uma forma muito parecida em todos os jogos. Então, devemos analisar bem o que foi feito na partida e buscar um bom anti-tático. Contudo, isso é algo que deve ser feito para todos os times. Eles parecem ser muito resilientes e é nisso que devemos nos atentar.”