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A LOUD teve uma derrota muito complicada contra a FURIA, pelo VCT Américas. Na série, a performance da LOUD foi bem inferior ao que era esperado, ainda mais por conta do jogo do Saadhak, que estava de Neon.

Então, logo após a partida, tivemos a oportunidade de conversar com o capitão com exclusividade. Ele falou um pouco sobre a performance do time e individual e a tomada de decisão para a escolha do duelista. Confira com detalhes abaixo:

“Tropa, tá faltando duelista aqui, não é algo que eu consiga fazer aqui”

Não existe uma forma fácil de começar a entrevista e não comentar sobre a partida. A performance da LOUD foi bem abaixo do esperado e gostaria de saber, na sua opinião, o que foi que aconteceu ali. Foi uma questão mais sobre a LOUD em si ou foi algo sobre o estilo que a FURIA adotou no servidor?

Eu acho que a gente realmente pecou em muita coisa dentro do jogo. Muitos erros bobos, eles conseguindo nos matar dentro das smokes. Porém, no geral, faltou mira, faltou bala na cara.”

Assim que a partida acabou, você comentou no X sobre a sua performance de duelista na LOUD. Como você está se sentindo jogando com essa nova função e jogando de Neon? E por que você acha que não está conseguindo se encaixar com a agente?

“Cara, boa pergunta. Realmente não está encaixando. Eu já falei isso com o time, eu me sinto bem incomodado jogando de duelista. É uma posição que eu não sinto que consigo mostrar quem que eu sou. Para você ter uma noção, eu nem estou conseguindo passar tanta call na partida. Então, eu nem consigo ser um IGL. É uma situação que vem incomodando bastante, por minha parte. E o pior é que nos treinos as coisas estão se encaixando bem. Porém, quando chegamos no stage, ali em cima do palco, nada encaixa.”

Saadhak, o capitão da equipe da LOUD, que está atuando como duelista e tendo problemas com sua performance
Saadhak, o capitão da equipe da LOUD, que está atuando como duelista e tendo problemas com sua performance – Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Aproveitando isso sobre ser IGL, quem é que está assumindo a função dentro da equipe? Está sendo algo dividido na equipe ou realmente tem alguém que está atuando como o IGL de fato?

“Acredito que eu tenha falado isso no passado, mas quem está assumindo mais isso é o cauanzin. Ele está passando muitas calls e calls muito boas, muito mesmo. Ele está estudando muito o VALORANT e estou muito feliz dele estar assumindo essa posição. Só que o time não está conseguindo acompanhar. Ele passa as melhores calls, só que a gente não está encaixando. O pANcada até ajuda um pouco, mas é muito mais focado no cauanzin.

Você acredita que essa evolução do cauanzin se deu por conta das mudanças que vocês fizeram no passado? Principalmente quando começou a delegar mais funções no time?

Esse ano eu estive muito sobrecarregado, principalmente na primeira parte, ali no Kickoff, quando a gente se classificou para o Masters Madrid. Depois dali, eu até fiz aquele vídeo, onde estava delegando mais funções e deixando os coachs mais livres para trabalhar. Aquela ideia de dar dois passos para trás, para conseguir fazer com que o time evoluísse.

Isso acabou fazendo com que o time começasse a ter muitas mais funções. Por exemplo, agora dá para ver que estamos ganhando muitos mais rounds pistols. O Less acabou assumindo a responsabilidade de fazer as táticas e as calls dos pistols. Além disso, o cauanzin estava pegando uma função mais tática, sendo um second caller, basicamente o meu braço direito.

Quando chegou toda essa troca de funções, o cauanzin acabou assumindo mais o papel de IGL. Nós continuamos dividindo as responsabilidades no time e acho que isso está ajudando muito na nossa rotina. Na minha opinião, o cauanzin, junto do pANcada, está sendo um dos melhores jogadores da LOUD. Muito se deve a tudo que ele vem aprendendo com o time, ao longo desse tempo.

Uma questão que foi levantada foi a quantidade de mudanças que a LOUD fez novamente. Vocês não trouxeram apenas um jogador novo, teve uma série de coisas acontecendo com o time. Você foi para o duelista, o tuyz está jogando como flex, tem o pANcada chegando no time. Além do meta novo, com a Neon tendo muito destaque. Você acredita que isso foi um fator crucial para esses resultados ruins?

“Com toda certeza. Eu saí da minha função principal, que eu sou bom, que é o iniciador. Junto a isso, o tuyz teve que abrir espaço para o pANcada, que foi jogar como controlador. Isso nem tem como discutir, você vê o pANcada jogando de controlador e ele amassa muito. Só que aí, sentamos e fomos decidir como a gente ia fazer com a função de duelista.

O tuyz chegou e falou: ‘Mano, sendo sincero, eu não queria jogar de duelista.’. Com isso, a opção que eu vi foi migrar para o duelista. No fim, posso afirmar que todas essas mudanças atrapalharam a gente. Na teoria, estávamos bem, mas na prática está tudo desandando. Eu estou bem ciente disso tudo, igual eu falei no X.

Ainda cheguei no time e falei: ‘Tropa, tá faltando duelista aqui, não é algo que eu consiga fazer aqui.’. Eu me conheço, tenho noção das minhas limitações, conheço quem eu sou e está faltando um duelista de fato na LOUD. Por isso estamos tendo todas essas complicações. O tuyz, querendo ou não, ele acaba jogando de duelista na Ascent, graças a Deus e deu para ver como o mapa estava muito bom.

Porém, é muito complicado. O pessoal pode até rir do que eu vou falar, mas mesmo com essas mudanças, por conta dos jogadores que temos, era para estarmos performando bem. Só que mesmo assim, parece que nada está dando certo, é tipo um efeito bola de neve. É um misto de muita coisa sendo envolvida. Realmente é muito complicado.”

tuyz e pANcada, fã e ídolo, agora juntos no mesmo time, no VCT Américas, pela LOUD VALORANT
tuyz e pANcada, fã e ídolo, agora juntos no mesmo time, no VCT Américas, pela LOUD VALORANT – Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Mudando um pouco de assunto, queria falar um pouco desse seu reencontro com o pANcada. Vocês ficaram longe por um tempo e queria saber, na sua opinião, quais foram as principais mudanças que você percebeu nele? E o que você está vendo na personalidade dele que está conseguindo agregar bastante para o time?

Eu amo o pANcada. Queria muito continuar jogando com ele em 2023. Eu tentei muito manter ele na LOUD, cheguei a falar pra ele continuar no time naquela época, mas por outros motivos acabou não dando. Agora voltar a ter ele do meu lado, está sendo uma experiência única. Ele é muito bom jogador, fez clutch incríveis em todos os mapas.

Contudo, ele acabou chegando em um mal momento do time. Isso acaba repercutindo na gameplay dele. Mesmo ele tendo momentos muito bons, acaba que ele não consegue mostrar o quão bom ele é. Sou muito grato em ter ele de volta aqui no time. Acho que ele traz muita coisa que faltava na LOUD. Ele é esse jogador de clutch, que tem muita calma, possui uma experiência bem grande, ajuda nas calls e muito mais.

Para finalizar a entrevista, ainda não se sabe ao certo a situação de classificação da LOUD. Acredita-se que vocês vão precisar de uma combinação de resultados muito específica, que pode até ser complicada. Com isso, qual é o planejamento da LOUD para esses próximos dias? O que vocês devem corrigir, para tentar apresentar um jogo melhor?

“Nós temos que continuar jogando, obviamente. Vamos tentar dar o nosso melhor, porque somos jogadores profissionais e estamos sendo pagos para isso. Não temos tempo para chorar, precisamos rever os erros e logo logo teremos mais jogos. Hoje foi um dia triste, mas não tem tempo para isso. Vamos dar o nosso máximo para resolver os nossos problemas. Entender o que os coachs estão pensando e buscar jogar bem melhor daqui pra frente.


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