O VCT Américas Kickoff começou e tivemos a estreia de duas equipes brasileiras. Tanto a FURIA, como a MIBR, abriram o campeonato, jogando contra a NRG e a Cloud9, respectivamente. Ambas perderam, indo para a chave inferior, onde vão se encontrar. Para entender mais sobre o que aconteceu entre FURIA e NRG, conversamos com o mwzera, jogador da Pantera. Confira como foi logo abaixo:
“Eu acho que, mesmo com a derrota, eu gostei da estreia do time”
A partida de estreia da FURIA foi contra uma das equipes que estavam sendo consideradas uma das mais fortes atualmente, a NRG. Diversos analistas citaram a equipe como uma favorita ao título. Seus jogadores parecem ter uma boa sincronia, alinhando muito bem os antigos com os novos jogadores. Para compreender mais sobre a equipe e um pouco sobre o confronto, perguntamos ao mwzera a sua visão sobre o assunto:
“Sendo bem sincero, acho que eles são bons, mas eu acho que estava bem tranquilo. O jogo estava muito equilibrado, inclusive, em alguns momentos, o jogo estava até na nossa mão. Porém, a gente acabou perdendo alguns econômicos e no nível alto isso são algumas coisas que diferencia muito.
Por exemplo, não é porque tem muito cara bom lá que eles são uma equipe muito desbalanceada. Sendo bem sincero, não achei nada de mais e acho que faltou a gente converter alguns dos nossos econômicos, dava para ter buscado a Breeze. Teve alguns rounds no ataque ali que a gente podia ter convertido também e a série seria diferente, mas esse é o jogo, não tem muito o que fazer.
Contudo, eu acho que, mesmo com a derrota, eu gostei da estreia do time. A gente entrou com postura, fazendo o que a gente tava fazendo nos treinos. Foram alguns detalhes, ali no meio do jogo, que fizeram toda a diferença. Então, agora o foco é consertar esses detalhes e ir mais focado para a próxima.”
A FURIA fez algumas mudanças na equipe, mudando bastante o estilo do time. Além da chegada do havoc e o liazzi, tivemos jogadores mudando de função e um novo técnico. Querendo ou não, isso muda bastante do que se conhecia da FURIA, dando uma nova cara. Mwzera, como um dos jogadores antigos, comentou sobre essa nova FURIA e o quanto eles estão preparados para o novo ano:
“Acho que o que mais mudou, é que temos muito moleque novo, que quer mostrar resultado. A gente tá com um time muito jovem, com os moleques. Eles querem muito mostrar que eles são bons, querem muito se provar e isso dá muito gás para a gente sempre buscar evoluir, independente de qualquer coisa. Então, eu acho que essa é a maior diferença.
A gente vem treinando com muita seriedade, todos os dias com muita disciplina e eu acho que a gente vai colher muitos frutos por causa disso. Para mim o que mais muda é a vontade dos moleques, em querer evoluir, por conta da idade deles. Eles querem muito se provar aqui fora, no VCT Américas, mostrando resultado e uma evolução grande.”
Outra mudança da FURIA foi dentro das funções dentro do jogo. Mwzera, depois de um tempo longe dos duelistas, voltou a assumir a posição. Além disso, ele apresentou uma Jett, uma escolha que não foi muito explorada pelo jogador no passado. O novo duelista, mwzera, contou um pouco em como foi retornar para a função na qual ele ficou conhecido:
“Eu acho que é uma função que fiz desde o começo do jogo. Joguei por muito tempo de duelista. Acho que foi um ano e meio, de 2020 até a metade de 2021, mais precisamente até o Champions de 2021. Ou seja, querendo ou não, não foi tanto tempo fora da função. Além disso, tem muita coisa que já está no meu DNA de estilo de jogo.
Então, eu acho que é muito mais fácil, por causa disso. Além disso, eu sou uma pessoa que estuda muito o jogo. Eu assisto muitos outros jogadores que jogam como duelistas, também busco conhecimento e gosto de criar e analisar as minhas próprias jogadas. Por conta disso, acho que isso acaba se tornando algo que me ajuda bastante em voltar mais adaptado. E posso dizer que, para mim, eu já tô bem-adaptado, bem tranquilo e muito confortável na função.”
LEIA MAIS
- VCT Américas: Dia triste para o Brasil, com derrotas na estreia
- VALORANT: Entrevista com bzkA, técnico da MIBR de VALORANT
- VALORANT: Entrevista exclusiva com Sacy, sobre o VCT Américas
Se tem um jogador dentro do cenário competitivo de VALORANT que possui muita experiência, esse é o mwzera. Estando no mais alto nível desde os primórdios, ele vivenciou muita coisa, inclusive momentos bons e ruins. Por conta disso, ele acabou se tornando uma referência, inclusive para os novos jogadores. Mwzera contou como está sendo passar toda essa bagagem para os novatos, havoc e liazzi:
“A gente tenta sempre conversar bastante com os moleques mais novos, principalmente eu, o Khalil e o Kon4n. Nós precisamos guiar os mais novos, ajudar eles a buscar e como buscar conhecimento. Estamos trabalhando muito para isso, inclusive os moleques se adaptaram muito rápido aos treinos aqui, ao ritmo dos Estados Unidos.
Isso é muito bom para nós, é bem benéfico. Eu acho que esse é o nosso papel. Nós, que somos um pouco mais velhos, já estamos no cenário há mais tempo, jogando nos campeonatos. É a nossa obrigação fazer isso mesmo pelos mais novos e eu acho que é da hora. Eu gosto disso também, eu gosto de ajudar, de mostrar algumas coisas do jeito que eu penso e eles também absorvem muito.”
A FURIA teve uma mudança na parte técnica, com a saída do Carlão e a chegada do Koy. Além disso, é a segunda vez que o mwzera trabalha com o treinador. Mesmo a distância, devido a alguns problemas de visto, o trabalho continua firme. Com isso, o mwzera contou como está sendo a experiência de trabalhar novamente com o Koy e a adaptação dele ao ritmo da equipe:
“O Koy sempre foi um coach com um conhecimento bem alto. Tanto que, no começo do jogo, ali em 2021 e 2022, ele sempre estava no topo, no mais alto nível do jogo. Ele foi para a Champions 2021 e em 2022 ele sempre estava performando muito bem no VCT BR. Tipo, ele sempre estava no topo, por isso que é fácil trabalhar com o Koy. Porque ele já sabe o caminho, ele sabe como fazer as coisas e ele ajuda muito todo mundo.
Em relação ao conhecimento, a gente pensa muito parecido, isso acaba encaixando bem. Então, acho que a adaptação dele também foi muito rápida. Ele pegou o jeito muito rápido de como funcionam as coisas aqui nos Estados Unidos, de como a galera treina aqui também. Por isso eu acho que tá bem fácil trabalhar com ele aqui.
Contudo, é uma pena, ele estar longe. Não sei se as pessoas estão sabendo, mas ele teve problemas com o seu visto. Ele não conseguiu o seu visto ainda, para vir para cá. Por conta disso, ele está trabalhando remotamente. Porém, mesmo assim, o seu trabalho ainda ajuda muito, com tudo que a gente precisa dentro do jogo.”
O formato do VCT Américas Kickoff está sendo alvo de muitos comentários, tanto bons como ruins. Seu estilo mais enxuto dá poucas oportunidades para as equipes que errarem. Duas derrotas e a equipe já está eliminada. Contudo, por conta disso, teremos mais campeonatos acontecendo, aumentando um pouco o calendário. Mwzera comentou sobre o formato e a sua visão da mudança:
“Acho que é muito positiva a minha visão sobre o VCT Américas Kickoff. Ele é muito parecido com o LOCK//IN, porém, o que muda, é que o Kickoff é mais Regional. Enquanto o LOCK//IN teve o mundo todo participando, o Kickoff é focado nas regiões da franquia, mas a ideia é basicamente o mesmo.
É um campeonato de começo de temporada, mas que vai dar uma vaga para o Masters. Eu gosto pelo simples fato de ser o formato de dupla eliminação. Já é algo bem melhor que o LOCK//IN, que era uma chave simples. Você tem mais chance de mostrar resultado. Assim, eu acho que para a gente, que está competindo, isso não pode influenciar nada. Nós temos que entrar no campeonato independente do formato.
Temos que dar o nosso máximo para desempenhar bem. Para mim, eu acho que está bom o formato. Se a gente ganhar dois jogos agora, nós vamos conseguir nos classificar para os playoffs. Nós temos mais uma chance, por isso que eu acho que o formato é bem justo.”
Para finalizar, no momento da entrevista o resultado de MIBR e Cloud9 não tinha acontecido. Contudo, mwzera comentou sobre o momento das duas equipes e o que ele estava aguardando do confronto. Lembrando que, quem perdesse iria enfrentar a FURIA. Agora, já sabemos que vai ser a MIBR, depois de perder por 2-1:
“É torcer para o Brasil. Torcer para o time brasileiro ganhar, porque querendo ou não a gente sabe como é estar longe de tudo. Eu acredito que vai ser um confronto muito focado na adaptação. Ambos os IGL’s, mazin e o vanity, vão ter que trabalhar bastante, buscando entender o que está acontecendo no momento do jogo. As duas equipes são novas e mudaram os jogadores. Espero que a gente enfrente a Cloud9.”