Depois de semanas de campeonato repleto de desafios, a The Union faz uma campanha épica e finaliza como a grande campeã. Ficando invicta nos playoffs, a equipe enfrentou a Vivo Keyd Stars, vencendo por 3-1, com direito a dois overtimes. Confira como foram os jogos, que deixaram a The Union perto do Ascension.
The Union x Vivo Keys Stars – Resiliência e virada, o show da The Union
A partida começou com uma emoção incomum. De um lado, a Vivo Keyd Stars chegou numa jornada longa e cansativa, participando de todos os dias dos playoffs. Do outro, a The Union seguia invicta, sem perder nenhum jogo nos playoffs. Além disso, durante todo o VCT BR, as equipes se enfrentaram duas vezes, com a The Union na frente, ganhando por 2-1 em ambos os momentos.
Durante a Lotus, tivemos um confronto extremamente equilibrado. Na primeira metade, a defesa da The Union estava ligeiramente melhor. A VKS conseguiu fazer uma série de bons ataques, mas acabou falhando num round econômico. Com isso, a The Union finalizou na frente, por 7-5.
Na virada de lados, foi a vez da defesa da VKS estar com uma defesa mais encaixada. Aos poucos, a equipe foi conquistando espaço e chegou a fazer 12-10. Contudo, a The Union controlou e empatou o mapa, levando para o primeiro overtime da série. Na prorrogação, a VKS conseguiu controlar o jogo e fechou o mapa por 15-13.
O segundo mapa foi a Pearl, onde vimos as equipes dominando no lado atacante. Inicialmente, foi o momento da VKS, que estava conseguindo ser bem impactante no lado, finalizando por 9-3.
Contudo, na virada de lados, foi o momento da The Union. A equipe foi implacável, o seu ataque era rápido e certeiro, vindo de diversos locais. O time da VKS não conseguiu segurar bem, fazendo com que ela fizesse apenas um ponto. Com isso, o mapa terminou em 13-10.
Enfim, chegou a Fracture, o mapa onde a The Union dominou, do início ao fim. A equipe conseguiu fazer, inicialmente, 10 pontos seguidos, anulando quaisquer chances da VKS. Por mais que a Keyd tenha feito dois pontos, a virada de lados foi bem impactante, com um 10-2. Na virada, a The Union sofreu apenas um ponto e fechou o mapa por 13-3.
Por fim, chegou a vez da Split, um dos mapas mais longos do VCT BR 2023. Começando no lado da defesa, a The Union conseguiu dar um grande susto na partida. O mapa chegou a ficar empatado em 4-4, mas a equipe retomou as rédeas e fechou por 8-4.
Na virada, foi a vez da VKS acordar e retomar o jogo. A defesa da equipe estava bem sólida, conseguindo recuperar os pontos perdidos. No fim, eles conseguiram empatar a série e levaram para o overtime.
Durante a prorrogação, foi o momento dos torcedores roer as unhas. Foram, ao todo, quatro overtimes, com os dois times ficando na frente em alguns momentos. Contudo, no final, a The Union foi superior e finalizou o mapa por 17-15.
O MVP da série foi para o pancc, uma peça forte na equipe, usando agentes bem utilitários, como a Viper, Cypher e Killjoy. Os seus números, durante os quatro jogos, foram elevados, mostrando tamanho impacto do jogador, como pode ser observado abaixo:
- 232 Pontuação Média de Combate
- 72% KAST (Abate, Assistência, Sobrevivência e Troca)
- 147 de dano médio por round
- 12 Primeiros abates
- 77/61/28 de KDA
“Nós estamos bem tranquilos e felizes com tudo que fizemos”
Ao fim do jogo, pleets, jogador da Vivo Keyd Stars, foi para a imprensa, conversar um pouco com os jornalistas. Usualmente, após derrotas em grandes finais, não é comum ver um time aparecendo, ainda mais jogador. A aparição do mesmo foi importante para entender algumas questões sobre a série, como a percepção do mesmo sobre a derrota e a jornada da equipe.
“Nós estamos bem tranquilos e felizes com tudo que fizemos ao longo do VCT. Tenho certeza que entregamos o nosso 1000% no campeonato. Infelizmente não saímos com a vitória, mas essas coisas acontecem. Estamos bem contentes com o que entregamos, conseguimos ganhar de muitos times. Evoluímos demais ao longo do campeonato e isso foi bem visível.”
A série foi bem apertada, com um primeiro mapa ganho na prorrogação. Além disso, o último mapa acabou deixando um gostinho a mais, de um possível empate e ida para o quinto e último. Pleets comentou o que faltou para a equipe conseguir fechar um mapa a mais e quem sabe sair com o título.
“A gente sabia que iria ser um jogo bastante difícil. Na Lotus, para se ter uma noção, estudamos mais de 2h, para conseguir preparar um tático no mapa, contra a The Union. A Pearl acabou acontecendo o fantasma do 9-3. Tirando a brincadeira, deixamos o controle do mapa sair de nossas mãos e eles souberam aproveitar disso. Por fim, a Split foi a emoção que falou mais alto. Tivemos algumas chances de fechar o mapa, mas não era para ser. Aprendemos muito e voltamos mais fortes para o segundo split.”
Muitas pessoas se questionaram sobre o que faltou para a Vivo Keyd Stars conseguir sair com a vitória. Foram mapas apertados, mesmo com o apagão na Fracture. O último mapa acabou sendo definido nos detalhes.
“É muito difícil dizer o que foi que faltou pra gente. Entregamos mais que o nosso 100% nessa série. Existem muitos fatores envolvidos, como o cansaço, de ter vindo numa sequência de jogos sem parar, teve o nosso map pool envolvido, fa
lta de atenção dentro de jogo. É realmente complicado pontuar um ponto específico, ainda mais agora. Acredito que vamos precisar de um tempo, para conseguir analisar e confirmar o que foi que faltou.”
A relação do cansaço foi algo que foi abordado ao longo da série toda da VKS. Koy, treinador da equipe, conversou sobre isso, falando como os jogadores estavam exaustos. Pleets complementou:
“O cansaço bateu bem forte nessa série. Neste último mapa, teve uma hora que eu comecei a sentir muita dor nas costas e até brinquei que eu estava parecendo um velho. Isso acabou influenciando um pouco, mas não podemos colocar a culpa nisso. Nós somos atletas e precisamos estar preparados para situações desse tipo.”
Por fim, uma das questões abordadas, foi sobre o futuro da equipe. Mesmo não sendo os campeões, eles conseguiram bons pontos para o Ascension. O segundo split está chegando, mas ainda há uma janela de transferência à frente, junto com um tempo para descanso e adaptação.
“O projeto da VKS é algo para o longo prazo. Por mais que a gente soubesse que podíamos ser os campeões desse split, estamos pensando no futuro. A nossa meta é ser campeão e vamos buscar isso, mas mais do que o título, é conseguir se classificar para o Ascension.”
“Essa ideologia que criamos para o time, fez muito bem para todos nós”
Finalizando as entrevistas, foi o momento da The Union comparecer à coletiva de imprensa. O jogador GuhRVN fez a sua primeira participação na imprensa, falando um pouco da jornada dentro da equipe e sua percepção sobre a grande final.
Inicialmente, uma das questões levantadas foi sobre o último mapa em específico. Foram várias prorrogações seguidas e qualquer erro poderia ser fatal, levando a decisão para o último mapa. Guh respondeu o seguinte:
“Eu acredito que, quando deu o overtime, a gente precisava de uma pausa, para conseguir setaro nosso plano. Conversamos bem, entendemos os nossos planos e o que iríamos precisar para executá-los. Ambas as equipes queriam muito vencer, por isso que foi tão acirrado. Um dos maiores problemas foi a questão da Operator. Não estávamos sabendo lidar com ela e muitas vezes ficamos perdidos, depois de perder um ou dois jogadores em avanços errados.”
A The Union é uma das equipes que estão juntas há mais tempo. Além da base estar jogando em outro jogo, eles se juntaram no início da fase classificatória e se encaixaram bastante na série. Guh comentou como foi o processo de adaptação e o sentimento de ser campeão.
“Ganhar foi um sentimento único, nem consigo dizer o que estou sentindo agora. A nossa adaptação acaba sendo moldada pelo peu e pelo Raafa. Acredito que a nossa adaptação seja construída de time para time. A gente começa a planejar o nosso jogo, mas sempre entendendo os padrões adversários e nos adaptando em cima disso. O nosso foco para o futuro é corrigir os nossos erros mais básicos e voltar mais ativos.”
Finalizando a coletiva, um dos assuntos que foi abordado anteriormente com a The Union, foi a questão da confiança. Os jogadores possuíam certeza do crescimento da equipe e como eles poderiam chegar longe. Guh disse um pouco sobre essa visão e o quanto ela foi importante para mantê-lo empolgado para toda a jornada da equipe ao longo do VCT BR.
“Essa ideologia que criamos para o time, fez muito bem para todos nós. Conseguimos manter todos alinhados nos mesmos objetivos. Mesmo quando perdemos uma partida ou nos encontrávamos em situações ruins, nosso foco permanecia o mesmo. Somos um time muito unido, sempre estamos nos reerguendo, ajudando quem está mais para baixo. Isso acabou sendo essencial para conseguir fazer uma campanha tão sólida e sairmos da competição com esse título tão importante.”