
O CBLOL encerrou, com a LOUD conseguindo o seu quarto título consecutivo. Com isso, eles se classificaram para o MSI, onde terão mais uma oportunidade de jogar um campeonato internacional. Para entender mais sobre a série, dificuldades e preparação para o futuro, conversamos exclusivamente com o suporte da equipe, o Redbert. Ele contou algumas coisas do passado, do jogo e sobre os passos para o MSI. Confira todos os detalhes abaixo:
“O Route é muito bom em tudo que ele faz”
Uma grande final de CBLOL acaba gerando uma carga emocional muito grande. Por mais que tenha torcida a favor, também existe muita gente contra. Além disso, mesmo quando temos a equipe ao nosso lado, temos aqueles que sempre estão criticando. Inclusive, hoje foi um caso bom para exemplificar, com a torcida da paiN gritando muito. Como foi o processo para você, de lidar com toda pressão da comunidade, por parte da LOUD e dos adversários, e ainda conseguir performar muito bem?
“Realmente foi uma pressão bem grande, de ter vindo para LOUD. Eu fui muito desacreditado no começo, tanto pelos times adversários quanto pelos próprios torcedores da LOUD. Porém, eu acho que a cada dia, a cada semana que passava do CBLOL, eu tentava evoluir. Tanto pelo meu time, quanto pela torcida da LOUD, que sempre estava me apoiando.
Eu acho justo quando as críticas acontecem quando você não está indo bem. Contudo, eu estava trabalhando bastante, para fazer valer esse apoio. Além disso, eu quis também fazer valer para os meus companheiros de time, por terem acreditado em mim e terem me trazido para a equipe.”
O seu ano passado foi muito complicado, principalmente por conta de como ele se decorreu para você. Como foi para você manter na sua cabeça, que você iria conseguir performar bem, principalmente em alto nível? Ainda mais pensando que você entrou num time que buscava títulos e alta performance.
“Foi bem complicado. Desde o ano passado até o tempo de assinar com a LOUD, chegou um tempo onde eu poderia ficar sem time. Não estavam surgindo muitas oportunidades e eu já estava pensando no que iria acontecer. No fim, a LOUD anunciou que estava sem o Ceos e acreditei que poderia ser a grande oportunidade. Desde o início foi algo maravilhoso e eu decidi abraçar com tudo que eu podia. Porque se tinha um time para eu voltar a performar bem, ele seria LOUD.”
Essa série foi bem complicada, ainda mais comparada com os splits passados. Vocês chegaram a sofrer um placar de 2-1, que deixou a paiN em uma situação bem favorável. Na coletiva, o Tinows disse que o Croc estava confiante e não parava de dizer que vocês seriam campeões. No que você credita essa virada? Foi algo que aconteceu fora de Summoners Rift ou dentro do jogo?
“Acho que foi um pouco dos dois. Porém, o que mais me chamou atenção, foi o quanto o Robo puxou a responsabilidade para a escolha do Jax e o quanto ele estava confortável com o campeão. Então, a partir do momento que ele falou: “Ah me dá o Jax aí, que eu me garanto, em qualquer matchup”, para mim, foi o grande ponto de virada.
Foi nesse momento que eu realmente falei que a gente ia ganhar, mesmo que tivesse com um placar de 2-1 para eles. Porque em uma melhor de cinco, o que importa é a sua confiança e a que você tem com o seu time. Então quando eu vi que o Robo confiante, junto dos demais, eu fiquei confiante à beça e já sabia que o título seria nosso.”

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Aproveitando que você citou a questão da confiança, houve algum momento nessa sua jornada, não precisa ser focado na grande final, mas sobre todo o playoff, que você se questionou sobre a performance de vocês? Ou vocês sempre ficaram confiantes, mesmo com todas as adversidades?
“Acho que hoje foi o dia que eu mais fiquei desconfiado. Quando o placar ficou em 2-1, acabou passando muita coisa na minha cabeça, achei que a gente iria realmente perder. Contudo, logo que a gente chegou na sala, o time já me puxou de volta. Nós recuperamos novamente a nossa confiança, com uma leitura bem forte do que estava acontecendo no jogo. Então, acho que hoje foi o dia mais difícil dos play-offs. Porque nas outras séries, eu estava com confiança lá em cima, independente do que fosse acontecer.”

Durante os vídeos de bastidores, dá para ver que você traz para o time um clima muito leve. Você está sempre brincando nos vídeos, conversando com o Stardust, Croc e com o Route. Como foi esse processo de participação no time e os desafios de ter que interagir com tantos imports no time?
“Acho que foi o maior desafio que eu tive, quando falamos de imports. Porque eu nunca tinha jogado por tanto tempo com uma ADC coreano. Então, eu tenho que comunicar tudo na lane em inglês e o Route também não é muito bom no inglês. Às vezes a gente precisava de um tradutor ali no meio das conversas. Foi bem complicado, mas eu sinto que me ajudou a evoluir bastante.
Até porque o Route é muito bom em tudo que ele faz. Ele é muito bom no jogo, ele pode não ser a pessoa que faz as jogadas mais arriscadas, mas ele tá sempre com o livro debaixo do braço. O Route é muito impactante nos jogos por conta disso tudo. Além disso, acho que a minha relação com os outros jogadores é que eu aprendi que às vezes os coreanos, principalmente nos Esports, acabam sendo muito sérios.
Eu tento sempre trazer esse toque de brincadeira ali no dia a dia, para deixar o clima mais leve. Além disso, o Croc e o Stardust, também me ajudaram bastante nos momentos de treino, principalmente nas horas que eu estava para baixo. Eles sempre vinham em mim e me ajudaram demais.”
Para finalizar, estamos a poucos dias do início do MSI e existem muitas expectativas da LOUD internacionalmente. Depois de tanto tempo fora de campeonatos internacionais, quais são as suas expectativas nessa sua ida? Nem falando sobre vitória ou chance de classificação, mas sim sobre a questão de evoluir e ter uma oportunidade de jogar contra equipes campeãs.
“Acho que não tem como ser diferente, de todas as outras vezes que eu fui para um campeonato internacional. Eu quero trazer um desempenho bom pro Brasil. Quero representar bem o Brasil lá fora e acho que estar com os jogadores brasileiros, que sempre estão indo para um campeonato internacional acaba ajudando. Então, acho que o foco é trabalhar bem, trabalhar bastante, para conseguir desempenhar muito bem.”