
A LOUD fez a sua grande estreia no VCT Américas Kickoff, jogando contra a Sentinels e vencendo por 2-0. Essa foi a primeira vez que os torcedores brasileiros puderam ver a LOUD jogando, desde o fim do Champions 2023. No fim do jogo, o Less concedeu uma entrevista exclusiva, para falar do jogo e da equipe. Confira como foi logo abaixo:
Quando eu vi o sorteio, eu pensei: ‘Ah, a Riot fez de propósito, com certeza’
Como falamos acima, desde o Champions 2023 a LOUD não disputou uma partida, seja em algum campeonato offseason ou de algum evento. Por conta disso, as expectativas eram um tanto quanto mistas. Eles haviam trocado um jogador chave e estavam enfrentando uma equipe forte no cenário, a Sentinels.
Agora, durante o jogo, vimos uma coisa totalmente diferente. A LOUD estava transbordando confiança, executando jogadas arriscadas ou até um trabalho de equipe bem sólido. Com isso, o Less comentou como foi essa série, principalmente tendo em vista a tranquilidade que eles estavam transparecendo durante toda partida:
“Foi muito bom a gente ter conseguido ficar tranquilo na partida. Até porque, sendo bem sincero, a gente estava um pouco nervoso para essa estreia, há umas duas semanas. Era o nosso jogo de estreia, contra uma equipe forte. Além disso, é um campeonato difícil, porque duas derrotas você já vai para casa.
Antigamente, o VCT Américas tinha aquele formato de tabela, então você acaba tendo várias oportunidades. Então, o formato acabou deixando o jogo um pouco mais complicado. É como se fosse um mundial e isso sem falar do nosso adversário. A Sentinels é uma equipe muito forte, querendo ou não, são nomes muito consolidados no cenário. Eles têm o tenZ, o Sacy, o johnqt e por aí vai.
São adversários muito fortes, então, querendo ou não, dá aquele medinho da estreia. Contudo, a gente conseguiu conversar, há umas duas semanas e conseguimos ajeitar. Tivemos uma conversa bem franca, falando que se a gente ganhar está ótimo, mas se a gente perder tá tudo bem também. Por conta disso, conseguimos entrar sem medo nessa estreia.”
O qck é um jogador que está no VALORANT há muitos anos, atuando pela FURIA. Sua ida para a LOUD foi alvo de muitos comentários, porque ele chegou para preencher a vaga deixada pelo aspas. Com isso, muitos comparam os dois jogadores, acreditando que o qck não teria uma performance à altura.
Contudo, na sua estreia, ele conseguiu mostrar o quanto ele está preparado. Além de estar com a mira em dia, deu para entender mais sobre a função dele na LOUD. Ser um duelista não é tudo que ele faz, mas jogar com o time, valorizando é um dos motivos de estar lá. Para entender mais sobre a chegada do qck e a sua adaptação, Less comentou o seguinte:
“A adaptação dele foi muito fácil, porque a gente é um time que ajuda mais, do que realmente vem dizendo seja o substituto. A mostrou para ele que tava de boa, que ele não tinha essa pressão de substituir o aspas. Ele não precisa ser aquele tipo de duelista de Jett exímio, que vai matar 4 ou 5 por round. O que a gente buscava era outro estilo de jogo.
Nós queríamos algo novo para a gente e ele tinha exatamente isso, então meio que ele encaixou muito bem. Nós estávamos buscando algumas novidades, tentando criar novas táticas, como o Phoenix na Ascent. Eu acho que é isso, deu muito certo e todos nós estamos muito unidos, tentando fazer uma coisa nova.”

Aproveitando a citação do Phoenix, quem assistiu ao jogo da LOUD acabou sendo surpreendido com a composição no mapa da Ascent. Eles decidiram jogar com Phoenix, Breach e Viper. Para entender um pouco mais sobre isso, conversamos com o Less a ideia da composição:
“Basicamente isso é uma coisa que tá meio que no meta. Todos os times das Américas e até do NA, vem mostrando que a defesa está muito difícil, segurar o avanço do ataque. Então, nós tivemos essa ideia de composição, há um tempo. Meio que a gente já queria fazer essa composição faz bastante tempo, tanto que a gente fez, acredito eu lá no Japão ou na Champions.
Na época ela acabou não dando certo, por isso a gente acabou voltando atrás. Sinto que a gente ainda não estava preparado para jogar com essa composição na época. Contudo, a gente sempre teve essa vontade, porque a defesa tá sendo muito nerfada. Teve nerf em muitos agentes chaves do mapa, como a Skye, o Sova, a Killjoy, a Viper, nerfaram tudo. Então, a gente meio que teve que fazer uma adaptação ali e a gente conseguiu fazer mais ou menos o que a gente tinha planejado com a composição.”
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Essa ideia de inovação nas composições não é algo que apenas a LOUD anda fazendo. Algumas equipes, no VCT Américas e no mundo todo, estão buscando agentes diferentes, para flexibilizar e surpreender. Já vimos a aparição do Yoru, Geeko, Phoenix, agentes que não são tão utilizados. Less comentou sobre essa flexibilização e se a LOUD pode surpreender, escolhendo mais agentes peculiares:
“Acredito que não dá para responder muito nisso, porque é algo que vai variar de acordo com os mapas. Agora, essa questão do Yoru aparecendo é uma coisa que vamos ter que nos acostumar. Porque, por conta dos nerfs na Skye, por exemplo, o Yoru está sendo uma opção como substituto.
A ideia de colocar o Yoru nas composições é porque ele vai habilitar uma execução forte, porque ele tem as bangs. Além disso, para fazer um bom Yoru, precisa de um jogador mais maluco. Também, o Yoru é meio que um substituto do Chamber. O Yoru passou a ser um jogador mais solto. Do outro lado, o Geeko começou a aparecer para substituir a Skye também. Então, nós vamos ver muitas composições saindo do meta do ano passado, pelos nerfs na Skye e nos outros agentes.”
Quando anunciaram os grupos do VCT Américas, todos ficaram impressionados com o grupo B. Basicamente, é o grupo que reúne quase toda a line antiga da LOUD, que foi campeã do Champions 2022, exceto pelo pANcada, que está no banco da Sentinels. Muitos disseram que é o grupo da morte, pois uma das equipes, LOUD, Sentinels e Leviatán não vai se classificar. Less comentou o que ele achou quando viu o grupo e as suas expectativas:
“Quando eu vi o sorteio, eu pensei: ‘Ah, a Riot fez de propósito, com certeza’. Na verdade, acho que todo mundo pensou isso, porque é o grupo dos ex’s. Porém, quando a gente vê esse grupo, querendo ou não, é um grupo até que justo. Porque se colocassem a gente no grupo B, onde tem a MIBR e a FURIA, também teria a NRG. Aí seria mais um grupo infernal e a mesma coisa seria no grupo C.
O VCT América tem muitos times bons, é difícil não ter um grupo que seja tão forte. Então, a gente tentou não pensar muito nisso. A torcida acaba falando muito. Por isso, a gente tentou só ignorar um pouco essa informação. Focamos no nosso e após esse jogo eu acho que, obviamente, todo mundo ficou feliz. Ganhar uma estreia deixa a equipe mais confiante. Acaba que a gente fica mais aliviado, porque a estreia provavelmente é um dos jogos mais difíceis do campeonato ou até o mais difícil.”

O Less vem sendo um jogador exemplar cada vez mais. As suas performances vêm sendo excelentes há muito tempo, tornando-se um jogador exemplar. Querendo ou não, isso é algo que foi construído desde a sua entrada na LOUD, com o Sacy e saadhak. Less comentou um pouco sobre ser considerado esse tipo de jogador:
“Eu acho que é um bagulho que eu tento não pensar muito. Porque, querendo ou não, a galera começa a falar muito de mim, com relação ao time, a saída do aspas e tudo mais. Com isso, eu tento realmente focar mais no time, que no fim é o que importa. No final, não sou eu quem ganha, é o time. Então, tento ignorar realmente o que a galera comenta, para que isso acabe não afetando o meu jogo.”
Por fim, a LOUD ainda não sabia quem enfrentaria em seguida no confronto entre Leviatán e 100 Thieves. O favoritismo era a favor da Leviatán, por conta da performance da equipe nos campeonatos da offseason. Além disso, com a chegada do aspas, a equipe não deve ser subestimada. Less comentou um pouco sobre o que ele espera do confronto e das duas equipes:
“Em relação a Leviatán, eu achava que estava um time muito forte. Só que daí teve aquela coisa que aconteceu, que eu não entendi muito bem, no fim do ano, o qual foi a saída do nzr. Eu achei estranho, porque, sinceramente, eu acho o nzr um jogador muito bom. Ele tem vaga em muitos times do VCT Américas e muitos times da franquia. Então eu fico um pouco em dúvida, em relação o que vai acontecer com a Leviatán.
Agora, em relação a 100 Thieves, eu acho que eles são um time muito bom, principalmente por causa da entrada do novo iniciador, o eeiu. Nós treinamos muito contra ele ano passado e ele é um cara que tem uma mira muito boa, muito boa mesmo. Ele era um dos melhores jogadores da ranqueada aqui dos Estados Unidos. Então, eu acho que eles são muito fortes mesmo.”