Após a derrota da LOUD, no VCT Masters Tokyo, pela EDward Gaming, os jogadores foram para a sala de imprensa, conceder uma conversa com os jornalistas credenciados. Com muitas perguntas sobre a série, eliminação e planos para o Champions, a LOUD respondeu bem todas as questões levantadas. Confira, em detalhes, como foi a coletiva de imprensa:
“Erramos e eles souberam jogar em cima disso”
Um dos pontos notados, durante ambas as séries, foi as constantes falhas no lado atacante. Mesmo com boas defesas, o resultado no lado oposto foi um pouco abaixo do esperado. fRoD, técnico da equipe, comentou sobre a sua visão desse problema e se de fato isso foi um ponto crucial:
“Eu não diria que tivemos uma dificuldade muito grande no lado atacante ou algo do tipo. Tivemos alguns problemas nas séries e precisamos voltar, revê-las e discutir sobre esses erros. Temos que ter certeza que estamos todos na mesma página, conversando a mesma coisa.
Antes de tudo, preciso dar os créditos da vitória para a EG e EDG. Nós viemos com um plano de jogo bem estruturado. Porém, do outro lado, eles estavam ainda mais preparados, com uma confiança bem elevada, sem contar da mira, que estava afiadíssima. Eles tinham um uso de utilitários extremamente bom.
Não importava o que teríamos feito, a vitória era para ser deles. Ambas as equipes estavam mais aquecidas e preparadas para o campeonato. Erramos e eles souberam jogar em cima disso. Então, para mim, não foi um erro de lado, mas sim um conjunto de coisas.”
A LOUD possui um map pool bem característico. Tanto a Ascent quanto a Pearl, foram mapas bem jogados pela equipe, ao longo do ano. Contudo, na partida contra a EDG, aconteceram algo diferente, escolhas não usuais, como o caso da Lotus. fRoD comentou sobre a decisão, se ela era em questão de surpreender os adversários ou algum outro tipo de coisa:
“A nossa escolha de mapas é algo feito em time. Conversamos sobre o que queríamos apresentar e fomos focados nisso. Entramos com a mentalidade de que iriamos lutar todos juntos, aquele ditado ‘lute juntos e morram juntos’. A situação de não estar nos mapas de conforto, não foi uma questão de surpreender. Escolhemos aqueles mapas e optamos seguir esse plano, do início ao fim.”
Um dos maiores hypes para o confronto entre a LOUD e o time da EDG, foi a batalha dos duelistas – aspas contra Kang Kang. O duelista da equipe brasileira respondeu em como foi poder jogar contra o jogador chines. Principalmente no confronto individual e no que ele acrescentava para o time.
“Sinceramente, o Kang Kang é um jogador extremamente bom. Quando sentamos para analisar o jogo da EDG, ao longo do VCT Masters, notamos quão forte ele era usando a Operator. Mesmo não jogando tanto com a Operator, nessa série, os poucos rounds nos quais ele jogou, acabou fazendo muita diferença.
No geral, a partida foi extremamente complicada. O time deles estavam jogando muito bem, com a mira em dia e as balas estavam acertando tudo. Isso, unindo ao talento do jogador, criou todo esse resultado que pode ser visto. Ainda entramos um pouco mal nos mapas e eles souberam punir bem.”

Mesmo estando jogando no VCT Américas, esse foi o retorno da LOUD aos palcos internacionais, desde o LOCK//IN. Além do mais, o campeonato era uma forma de apresentação dos times das franquias. Ou seja, o VCT Masters era o grande palco internacional, antes do Champions. Saadhak contou como foi estar de volta aos palcos, o que pôde ser aprendido, mesmo com a derrota dura:
“Eu acho que a gente pegou muita experiência no VCT Masters, pelo simples fato de conseguirmos jogar contra times asiáticos. Jogamos contra muitos times chineses, coreanos e japoneses. Então, para mim e acredito que para o time, foi muito legal. Realmente foi muito proveitoso a nossa estadia aqui no Japão.
Sempre dá para falar coisa negativa, né? Mas eu gosto de tomar sempre focar no positivo. Eu acho que a gente vai absorver muito tudo que foi aprendido aqui. Essa derrota, de fato, foi dura, mas ela vai nos ajudar a preparar para para voltar mais forte, com foco no Champions.”
Após o fim de jogo, saadhak concedeu uma entrevista para o canal oficial do VALORANT Esports Brasil. Nela, como pode ser vista abaixo, ele comentou sobre alguns problemas que aconteceram fora do servidor. Buscando entender mais, o capitão da equipe complementou:
“Como eu falei na transmissão, eu não quero entrar em muitos detalhes. Aconteceram muitas coisas, que precisamos resolver ainda. Nós somos um time muito novo, ainda estamos adquirindo muita experiência em campeonatos.
Por isso, algumas vezes, coisas que acontecem nos bastidores, acabam nos afetando um pouco mais. É difícil conseguir se blindar de tudo. Sempre uma coisa ou outra acaba passando e isso afeta não apenas uma pessoa, mas o time como um todo.”
https://twitter.com/valesports_br/status/1670300150311579648
A LOUD esteve no topo por muito tempo, mas agora novas equipes estão surgindo. O modelo de franquias trouxe novos times, composições e táticas. Tais mudanças acabam impactando todo o cenário. Quando questionado se a derrota foi por uma questão de retrocesso ou ascensão dos outros times, fRoD respondeu:
“Não acho que retrocedemos. Os times estão crescendo muito dentro do VALORANT. Mesmo com a derrota, no fim do dia, sentimos que aprendemos muito e usamos isso como uma forma de crescer dentro do jogo. Todos os outros times também estão crescendo e é normal acontecer jogos em que não conseguimos encaixar as nossas táticas.
Precisamos nos manter evoluindo constantemente. Sabemos que vamos ter que trabalhar em dobro para conseguir superar as outras equipes e vamos focar em fazer isso. Temos tempo para aprender e vamos aproveitar. O nosso maior objetivo está chegando e vamos nos preparar para o Champions.”
Como foi dito anteriormente, a última vez que a LOUD subiu aos palcos, foi durante o LOCK//IN. Na ocasião, os brasileiros tiveram a chance de enfrentar times de todas as regiões. Tendo isso em vista, o capitão da equipe comentou o quanto os times evoluíram de lá até o Masters:
“Eu já imaginava que as demais regiões iriam evoluir bastante. Naquela ocasião, os times eram novos, possuíam pouco tempo juntos e tudo era novidade. Agora, já se passou alguns meses e as ligas principais acabaram. Ou seja, todo mundo teve tempo de crescer e se aperfeiçoar. É algo natural de se acontecer. Todos os times, de todas as regiões, estão trabalhando duro para conseguir se destacar.”

Cauanzin e Tuyz são duas peças novas dentro do time da LOUD, no VALORANT. Ambos os jogadores nunca haviam tido uma experiência internacional. A primeira vez deles foi no LOCK//IN. Contudo, de nível Masters/Champions, eles experimentaram agora, em Tokyo. Os dois jogadores comentaram como foi a experiência de estar em um palco internacional:
Cauanzin
“Acredito que a maior lição que aprendi no campeonato é que não existe, nem time e nem região fraca. Desde o LOCK//In eu já tinha percebido isso, mas aqui, no Masters, deu para sentir mais forte. Por exemplo, a China, que era uma região que eu não tinha jogado contra ainda, me surpreendeu bastante. Espero ver eles no Champions, pois possuem um nível tático bem alto.”
Tuyz
“Sigo com o mesmo pensamento do Cauan. Todos os time daqui são bem difíceis. Eles têm a mania de se adaptar bem rápido, ao longo dos rounds, o que dificulta a leitura. Espero continuar no alto nível, para poder jogar contra todos eles novamente, seja nos Masters ou Champions que virão.”
No ano passado, quando aconteceu o VCT Masters Copenhagen, a LOUD teve uma campanha similar a desse ano. Na ocasião, a equipe foi eliminada após duas derrotas seguidas, pela KRÜ Esports e depois pela OpTic Gaming. Contudo, os resultados foram de 2-1, nos dois confrontos.
Ou seja, diferente de Tokyo, onde as derrotas foram bem mais expressivas, por 2-0, com resultados, em placares, ruins. Less, que esteve nas duas ocasiões, comentou sobre essa comparação e o que ele pode dizer do resultado da LOUD em Tokyo:
“Eu acredito que não tem como comparar os dos campeonatos. Muitas pessoas dizem ‘Ah, esse foi bem pior que a Dinamarca’. Porém, em ambos, a gente não conseguiu mostrar o nosso jogo de fato. Existiram vários fatores para que esse resultado acontecesse e foi o que aconteceu.
Não tem como listar um motivo específico e falar que foi por conta disso. Existiram fatores dentro e fora do servidor, como o saadhak falou antes. Temos que pegar essa derrota e usar ela como uma fonte de aprendizado. Naquela época, quando perdemos, eu fiquei muito chateado e o manito conversou comigo. Aprendi muito com aquela derrota e senti que foi necessária.
Agora, acho que isso vai ajudar para os meninos novos. Sinto que vamos crescer bastante com isso. Temos uma chance enorme de absorver tudo que passamos e montar outro estilo de se trabalhar dentro de jogo. Essa derrota foi e será importante para a nossa evolução. O foco agora é no Champions.”
Devida a derrota, a LOUD agora tem um tempo até a sua próxima participação de campeonato, que será no Champions. O mundial de VALORANT vai acontecer apenas em agosto. O capitão da equipe, saadhak, comentou quais são os próximos passos da equipe, principalmente pensando em descanso, bootcamp e treinos:
“Então, primeiramente, precisamos descansar. Faz meses que a gente não vê nossa família. Faz muito tempo que a gente não dá uma relaxada. Tudo aconteceu muito rápido, foi campeonato atrás de campeonato. Tivemos o LOCK//IN, depois do Américas e agora o Masters Tokyo.
Então vamos descansar um pouco a cabeça, que é merecido e depois voltar a treinar. Vamos voltar aos Estados Unidos para treinar, até porque o Champions vai ser em Los Angeles. Achamos que lá tem um bom nível para continuar nossos estudos e treinos.”

Ainda sobre o assunto de tempo, o calendário da LOUD foi bem complicado. Como o saadhak mesmo disse anteriormente, foi um campeonato atrás do outro. O descanso era bem baixo, não dando espaço para visitar família, ver amigos e dar aquele tempo da competição. Saadhak voltou a comentar sobre o assunto, passando a sua visão sobre o calendário e pontos que poderia melhor nele:
“Assim, para nós, foi algo bem intenso mesmo. Ainda mais porque não moramos nos Estados Unidos. Precisamos jogar o LOCK//IN, depois ir para lá, fazer mudança, se adaptar. Tudo isso acaba gastando energia e tempo. Sobre o calendário, sempre existe espaço para melhorar alguma coisa.
Porém, acredito que isso são coisas que nós, jogadores, temos que lidar. Não podemos ficar reclamando de algo, que precisamos de mais tempo. Todo mundo está submetido a mesma condição. Além disso, o calendário apertado é quase que um significado de um bom resultado.
É cansativo? Sim, é bastante. Estamos longe das pessoas que amamos e que nos apoiam emocionalmente. Porém, foi o caminho que escolhemos e o que temos que trilhar. Sabemos que é difícil e às vezes bate aquela exaustão, mas é pelo nosso objetivo.”