Não tem nada melhor que estrear nos playoffs do Champions e ganhar da equipe favorita. Esse foi o sentimento dos torcedores da LOUD, após ganhar da FNATIC no primeiro confronto dos playoffs do Champions 2023. Após a partida, que terminou em 2-0, a equipe brasileiro foi para a coletiva, conversar um pouco sobre a partida:
“Essa foi uma daquelas vitórias que deixa a gente ainda mais confiante”
Essa não foi a primeira vez que a LOUD encontrou com a FNATIC em uma competição internacional. Durante o LOCK//IN, eles se enfrentaram na Grande Final, onde a equipe europeia venceu por 3-2. Por conta disso, o time da FNATIC possuía um favoritismo maior para o confronto. O jogador aspas respondeu sobre o que ele achou da partida, principalmente por ter conseguido ganhar deles por 2-0:
“Essa foi uma daquelas vitórias que deixa a gente ainda mais confiante. Já viemos de uma partida muito difícil, contra a NaVi, onde conseguimos ganhar, por 2-1 e com placares de 13-11 em todos os mapas. Essa foi, para mim, uma das séries mais difíceis de jogar. Já viemos uma confiança grande e essa vitória só serviu para aumentar e nos deixar mais preparados para os próximos jogos.”
Poucas pessoas estavam acreditando na vitória da LOUD. Basicamente, a FNATIC, hoje, é um dos times mais fortes do mundo. Em ambas as competições internacionais, eles conseguiram vencer. Com isso, eles vem sendo a equipe com mais preparo, em nível internacional. O técnico da equipe, fRoD, respondeu sobre o aumento da confiança por ter conseguido ganhar deles:
“Essa vitória vai trazer, com toda certeza, um aumento na nossa confiança dentro do Champions 2023. Como o saadhak comentou algumas vezes, nas últimas coletivas, nós somos um time bem novo, com dois jogadores novatos, que estão experimentando agora os palcos internacionais. Ainda temos muitas coisas para evoluir e corrigir, mas estamos bem felizes com os resultados que viemos conquistando com o time.”
Agora, quem comentou sobre a série foi o capitão, saadhak. Dessa vez, ele foi questionado sobre o último encontro dos dois times, lá no LOCK//IN. Ele respondeu se, em alguma momento, o placar de 3-2 foi o diferencial para essa série, se existia algo a mais ali no palco:
“Claro que teve aquele sentimento de vingança durante a série. Nós sabíamos que ficamos muito perto de conseguir a vitória no LOCK//IN. Então, chegamos bem preparados e cientes de que tínhamos a chance real de superar eles nos palcos. De fato foi feliz conseguir vencer deles, principalmente por 2-0.”
Os dois encontros entre os times mostraram duas equipes bem diferentes. No LOCK//IN, a LOUD e a FNATIC eram outro time, com menos experiência e pouca sincronia. Na partida de agora, ambas as equipes mudaram bastante, evoluindo, ganhando um conhecimento interno grande. O capitão do time, saadhak, comentou sobre essa evolução e se ela foi percebida na série:
“Com toda certeza que é um time completamente diferente. No LOCK//IN, a FNATIC estava estreando, mesmo que houvessem jogadores que já haviam jogado juntos, que era um caso parecido com a gente. Eles, agora, possuem dois títulos internacionais, uma bagagem bem grande. Era uma equipe bem mais ameaçadora, do que era no LOCK//IN, quando comparamos o tanto que eles conquistaram e evoluíram.
Porém, nós também evoluímos. Sabemos o que queremos fazer, como iremos executar. Temos uma bagagem bem grande e muita vontade de jogar e ganhar. Por isso que houve tanta diferença entre as duas partidas. Ambos os times cresceram, pelo lado positivo, trazendo um jogo mais complicado e estratégico.”
Um dos pontos que mais surpreendeu na série, foi o fato da LOUD deixar passar o melhor mapa da FNATIC, a Lotus. A equipe possuía uma taxa de vitória absurda, bem próxima do 100%. Então, tendo isso em vista, aspas respondeu se eles se sentiam preparados no mapa e se haviam preparado para enfrentar a FNATIC:
“Analisando as escolhas de mapas, a gente sabia que eles iriam escolher a Lotus. Além de ser um mapa forte deles, é a escolha mais confortável para os playoffs. Por conta disso, nós estudamos bastante o que eles fazer dentro do mapa. Outro fator que ajudou bastante, foi de usar a Lotus deles como um material de estudo para gente. Sabemos que eles são fortes e analisamos bem o que é feito e tentamos trazer para gente. Por isso que foi um mapa tranquilo, mais do que a nossa própria escolha.”
Ser considerado como azarões é algo que a LOUD está bem acostumada. No ano anterior, poucas pessoas confiavam neles e mesmo assim conseguiram ser campeões mundiais. Depois de serem eliminados cedo no Masters Tokyo, os olhos se voltaram para a campeã FNATIC. Então nesse confronto, a LOUD voltou a posição de um time azarão, que acaba trazendo uma situação de conforto.
Cauanzin, o iniciador da equipe, respondeu como foi jogar nessa posição, de não ter o peso nas costas. E, além disso, se essa vitória, surpreendeu ele, principalmente por conseguir ganhar tranquilamente o mapa de escolha adversária:
“Sinto que, por não termos mostrado tanta coisa na fase de grupos do Champions e no Masters Tokyo, deixou a gente nessa posição de azarões. Isso acabou ajudando a gente, em certa parte, porque tirou de nós um peso bem grande. Não estávamos esperando conseguir vencer de 2-0 e com um placar tão expressivo no segundo mapa. Fizemos um bom anti tático e as coisas não funcionaram bem para eles.”
Essa é a terceira vitória seguida da LOUD, em competições internacionais, vencendo times fortes da Europa. Foram a Team Liquid, Natus Vincere e agora a FNATIC, equipes que possuem um destaque bem grande. Less respondeu se, agora que ganharam essas séries, se ele sente que possuem um alvo nas costas:
“Acredito que podemos ter esse alvo, mas não sinto que isso vai nos impactar. Vamos manter a nossa mentalidade, mesmo tendo conseguido ganhar desses três grandes times do EMEA. Nós ainda vamos pegar equipes bem difíceis, então não podemos bobear agora. Não tem nada disso de favoritismo. Vamos pensar jogo após jogo, equipe a cada equipe, sem atropelar nada.”
É clara a diferença entre a LOUD que nos foi apresentada no Masters Tokyo e a que está participando no Champions 2023. Além de mostrar um estilo de jogo mais marcante, é claro o quanto os jogadores estão mais preparados. Tuyz respondeu sobre o que ele acha que mudou na equipe, para terem conseguido tantos resultados positivos no Champions, até o momento:
“Acho que a nossa maior mudança é nosso estilo de pensar. Estamos jogando mais como um time, pensando como um todo e não como jogadores separados ou apenas unidades. Temos bastante daquele sentimento de família, onde um ajuda o outro, não apenas dentro do servidor. Nosso foco é conseguir cobrir os problemas um do outro, tentando trabalhar como um todo.”
Saadhak aproveitou e complementou:
“É exatamente isso que o tuyz comentou. Não teve uma mudança do dia para noite, foi um trabalho construído ao passar do tempo. Foi um trabalho bem duro, por sinal. Mesmo com vários sites dizendo que o nosso time estava acabando, que estávamos brigando. Era tudo mentira (que eu e o Less saímos no soco, brincou o aspas no fundo). Seguimos fazendo o nosso trabalho, jogando juntos.
Nós temos a confiança um no outro. Eu me sinto protegido pelos meus companheiros e as nossas jogadas refletem isso. Por isso que estamos jogando tão melhor agora, em comparação ao Masters Tokyo. As coisas não acontecem de um dia para o outro, é fruto de muito trabalho, confiança e perseverança.”
No Champions inteiro, a FNATIC é um dos times que mais assusta, quando pensamos em resultados. Eles atropelaram tudo o que jogaram, apenas não conseguindo o título do VCT EMEA, qua acabaram perdendo para a Team Liquid. É difícil de comentar outro time tão poderoso e traga tanto medo. O técnico da equipe, fRoD, comentou sobre enfrentar a FNATIC e se ele acredita que ainda existam outros times tão poderosos quanto:
“Para mim, todos os times que se classificaram para o Champions, mesmo que tenham sido eliminados na fade de grupos, são muito fortes. Não temos muito isso de ver um time e falar que ele é fraco ou forte. Todos, para estar aqui, são poderosos e precisamos nos preparar igual. Vamos pensar mais em jogar dentro do nosso plano do que focar em nos nossos adversários.”
