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A MIBR está sendo uma das equipes brasileiras que mais vem surpreendendo no VCT Américas. Além de terem tido uma estreia empolgante contra a LOUD, conseguiram vencer os seus demais confrontos, com certa tranquilidade. Após o jogo contra a KRÜ Esports, bzka, técnico da equipe, conversou com exclusividade com o Esports.Net Brasil.

“É o tempo de trabalho fazendo efeito”

Jogadores e equipe técnica, para a partida entre a JKRÜ Esports e a MIBR
Jogadores e equipe técnica, para a partida entre a JKRÜ Esports e a MIBR – Fonte: Divulgação/VCT Americas Flickr

Relembrando, a MIBR teve uma partida pegada contra a KRÜ Esports, onde saiu vencendo por 2-1. O confronto iniciou em um 1-0 para a equipe hermana, mas o Brasil ficou aliviado, depois de ver dois mapas sendo conquistados em sequência. Bzka comentou como foi a série, na sua visão, como treinador:

Cara eu acho que a KRÜ é um time muito bom, por mais que eles não tenham começado muito bem durante o VCT Américas. Eles são um time que jogaram todos internacionais, desde o começo do ano, essa é a mesma base do time. Os jogadores são muito bons e o fato de ser difícil de fechar é porque. simplesmente. os caras são bons.

Eu acho que, independente da fase que eles estão passando nesse momento, é um time muito forte e nós estamos evoluindo ainda. Nós temos muita coisa a aprender, nós temos muita coisa a melhorar e eu acho que sair com a vitória hoje foi muito importante e até da maneira que foi. Porque a gente consegue, ao mesmo tempo, ver muitos dos nossos erros e conseguimos corrigir esses erros. Isso é bem importante, até porque, essas vitórias, no início do campeonato, servem para dar um gás na equipe. Então, por esses motivos, eu só vejo coisas realmente positivas para nosso time.

Durante o VCT LOCK//IN, a MIBR teve uma estreia bem atípica contra a Talon Esports. Eles foram eliminados logo cedo e com diversos erros. Inclusive, após o jogo, na coletiva de imprensa, os jogadores estavam demonstrando bastante desconforto. Contudo, vendo a equipe agora, no VCT Américas, é possível ver uma evolução estrondosa. Bzka comentou os motivos do crescimento da MIBR, nesse tempo entre os campeonatos:

É o tempo de trabalho fazendo efeito. Quando a gente trabalha com um time tão novo, como é nosso, não só em questão de tempo junto, mas também pela experiência pela idade dos jogadores, precisamos que o tempo de sinergia comece a fazer o seu trabalho.

A gente tinha um time muito novo, mas muito talentoso. Então a gente precisava realmente de tempo. Eu consigo trabalhar algumas coisas e alinhar tudo que a gente precisa para o nosso time. No começo, tivemos muita dificuldade em conseguir entrar na mesma página. Porque eu trago um estilo de jogo completamente diferente do estilo de jogo que a base da Vivo Keyd tinha (murizzz, heat e RGLM).

Então, a gente teve que passar por um longo período de adaptação e conselhos. Agora, posso dizer tá todo mundo na mesma página. Porque por mais que a gente tenha uma base de três jogadores que jogaram um ano inteiro juntos, é como se fosse o time do zero. Porque toda a filosofia de trabalho, todos os conceitos do jogo que estão sendo colocados em prática agora, são diferentes do time antigo dessa base. Então é realmente mais diferença de tempo de trabalho e sincronia entre toda a equipe, inclusive comigo.

bzka abraçando o capitão da equipe, murizzz, após a vitória contra a NRG
bzka abraçando o capitão da equipe, murizzz, após a vitória contra a NRG – Fonte: Divulgação/VCT Americas Flickr

Frz, durante uma entrevista exclusiva, disse a importância de jogar, novamente, com o bzka. Além de toda a experiência na LOUD, o treinador foi campeão mundial e conseguiu adquirir muita experiência pelo mundo afora. O treinador comentou sobre isso:

Eu penso que toda experiência ajuda o time. Eu, graças a Deus, tive uma boa experiência o ano passado. Aprendi muita coisa a evolui muito o meu trabalho como treinador. Com isso, os jogadores acabam comprando as minhas ideias, o meu aprendizado e acabamos evoluindo junto, como um time.

Um treinador com conhecimento, é só um treinador com experiência e isso não muda nada. Eu acho que é um mérito total dos jogadores. Estar conseguindo evoluir a nossa equipe, como como time, como como um grupo forte, é algo único. Então a experiência assim, eu acho que é importante, mas de nada adiantaria se esses jogadores não fossem tão bons e tão engajados, como eles são aqui dentro.

Muitas pessoas comentaram que, no início do campeonato, os treinos estavam complicados pois o VCT NA e o VCT Américas estavam em metas diferentes. De fato, estar em patchs diferentes acaba influenciando todo o ecossistema. Bzka comentou os impactos e como foi o processo de se adaptar a isso:

Sim, a gente teve dificuldade com os treinos aqui fora. Os times que a gente estava treinando, que são fora do do da franquia, estavam jogando um patch antigo. Ao mesmo tempo que os times que estão na franquia, a gente não podia mostrar muita coisa no treino, entende? Então a gente tem que acabar escondendo algumas coisinhas, não pode marcar toda semana com os times, tem que saber controlar.

Então eu acho que nosso diferencial, para continuar conseguindo evoluir é todo mundo saber entender o que devemos fazer, engajar e absorver os aprendizados. Ou seja, se a gente não conseguir um treino de qualidade, vamos buscar outras formas de compensar aquilo. Por exemplo, vamos treinar táticas, alinhar estratégias, fazer um VOD review e essas coisas.

Então a gente foi meio que se ajeitando ali, do jeitinho que dava pra não ter tempo perdido. Eu acho que isso é o mais importante, porque em nenhum momento a gente usou isso como desculpa para deixar de trabalhar e a gente trabalhou. Desde que chegamos aqui nós tivemos bastante trabalho e treinos, não dando margem para qualquer brecha.

Chet e bzka, dois treinadores com um longo histórico de confrontos
Chet e bzka, dois treinadores com um longo histórico de confrontos – Fonte: Divulgação/VCT Americas Flickr

Finalizando, bzka chegou a conversar do que ele aguardava da partida contra a NRG. Lembrando que, a base da equipe era da OpTic Gaming, equipe que o treinador conhece bem. Aliás, foi uma partida bem complicada, com a vitória da MIBR, por 2-1, com direito a duas prorrogações enormes.

Eu acho que o jogo vai ser muito difícil. Porém, ao mesmo tempo, extremamente divertido. E não só para mim, mas como pro nosso time inteiro. Eu conheço muito como Chet gosta de jogar o jogo e como ele pensa. É sempre um prazer jogar contra um treinador de tanta qualidade como ele é.

Então eu espero realmente que a gente consiga dar um ótimo show. Todos os jogos do VCT Américas vão ser muito difíceis. É impossível a gente entrar em um jogo achando que vai ser fácil, porque todo mundo aqui é muito bom, tanto individualmente como um time. As equipes possuem muita estrutura e muita qualidade.

Então é realmente fácil imaginar que vai ser um jogo difícil. Eu acho que, com uma boa preparação durante a semana, vamos conseguir ditar como vamos jogar e como será o nosso estilo durante a partida. Espero entregar um jogo bem animado.